Simers
          Um cumprimento, uma demonstração de afeto, uma maneira de consolar e de se conectar com os outros. Esses são alguns dos motivos pelos quais as pessoas abraçam, mas, no fim, a maioria faz esse gesto simplesmente para se sentir melhor.
          Há anos campanhas como “Free Hugsâ€Â (Abraços Grátis), em que grupos de pessoas oferecem abraços a desconhecidos, se tornaram famosas. Porém, além do senso comum que “abraço faz bemâ€, há cientistas pesquisando o efeito do abraço no corpo do ser humano.
         As pesquisas ainda são recentes e limitadas, mas cientistas do Touch Research Institute (Instituto de Pesquisa do Toque) da Universidade de Miami, da Universidade de Carnegie Mellon na Pensilvânia e da Universidade da Carolina do Norte concluÃram que, sim, o abraço tem efeitos no corpo humano e faz bem para a saúde.
            As pesquisas do Touch Research Institute mostram que o toque, principalmente o abraço, acalma o sistema nervoso, diminui a pressão sanguÃnea e o nÃvel dos hormônios cortisol e norepinefrina– conhecidos como hormônios do estresse que debilitam o sistema imunológico. De acordo com a diretora do Instituto, Tiffany Field, o que acontece é que, ao abraçar, receptores que ficam embaixo da pele são estimulados e isso leva a uma série de eventos, incluindo um relaxamento de todo o corpo.
             O abraço estimula a liberação de ocitocina, dopamina e serotonina – que são responsáveis por uma série de benefÃcios ao nosso corpo, além de sensações agradáveis de felicidade e prazer. Nos estudos, foram identificados a melhora do sistema imunológico, dos sintomas da depressão, diminuição de dores em geral, diminuição dos batimentos cardÃacos e da pressão sanguÃnea.
Abraço contra a gripe e problemas cardÃacos
            Uma pesquisa de 2015 da Carnegie Mellon University concluiu que pessoas que abraçam frequentemente têm menos chance de terem gripe. Os pesquisadores infectaram 404 adultos saudáveis com o vÃrus da gripe comum e os que possuÃam suporte social e recebiam abraços frequentemente adoeceram menos.
         Um outro estudo, da Universidade da Carolina do Norte descobriu que mulheres na pré menopausa que receberam abraços frequentes dos parceiros tinham nÃveis de ocitocina mais altos e pressão sanguÃnea menor do que as que não recebiam abraços frequentemente.
           Apesar dos estudos relacionarem o abraço a mudanças positivas no corpo humano, não há comprovação de que o abraço de estranhos possui os mesmos efeitos. Além disso, o gesto não é o suficiente para ser usado como terapia ou tratamento e deve ser encarado como mais um hábito saudável, como alimentação balanceada e boas noites de sono.