Crianças tiveram coceira, vômito, falta de ar e dores de cabeça.
Amostras da água foram coletadas para tentar identificar a causa do problema.
Pelo menos 40 alunos da Escola Municipal Vitor Quintiliano, na zona rural de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, passaram mal durante a aula na quinta-feira (26), e foram encaminhados para o hospital. A professora Juliane Santos contou que foi uma situação de pânico. As crianças começaram a se coçar, vomitar e a cair no chão, desmaiadas.
“Primeiro, uma criança veio até mim e reclamou que estava com coceira. Pedi que ela levantasse a blusa e levei um susto ao ver o corpo todo avermelhado. Nisso, outra criança também estava se coçando. Peguei os dois para tirar da sala e quando vi praticamente todos da sala estavam se coçando. Corri para chamar o diretor e quando voltei tinha crianças vomitando, caÃdas e tremendo”, relatou a professora. Segundo ela, a coceira se alastrou 20 minutos depois da primeira reclamação.Nenhum professor passou mal.
Uma ambulância com um médico e três enfermeiros foi chamada para o socorro, mas foi insuficiente para transportar todas as crianças até o hospital de Comodoro. A Gleba Ãguas Claras, onde fica a escola, fica a 25 quilômetros da cidade. Foram necessários mais dois microônibus para levar as crianças. Durante o percurso, algumas em situação mais grave já foram tomando soro. Dos 40 que passaram mal, 25 foram medicadas contra alergia. Nesta sexta-feira (27), duas crianças voltaram ao hospital com os mesmos sintomas de ontem.
Uma delas é a estudante da 6ª série Maria Eduarda, de 11 anos. A mãe dela, Márcia Cristiane Dias, contou ao G1 que a filha voltou a se sentir mal após ter sido medicada e liberada. “Ontem à noite ela vomitou, mas pensei que fosse por causa da medicação. Só que hoje ela começou a se coçar de novo e a reclamar de dor de cabeça”, relatou a mãe. Na volta ao hospital nesta manhã, o médico decidiu internar a menina.
O diretor da escola contou que a água servida na escola vem de uma mina e chega até a caixa d’água por gravidade. Segundo ele, a escola também tem uma boa estrutura . “A escola foi construÃda em 2011 e é de alvenaria. É adaptada, tem tudo. Não acredito que seja por causa da condição da escola, porque está sempre limpa”, avaliou.
Amostras da água da escola foram coletadas para análise, informou o secretário de Saúde do municÃpio, Vilmontes Pereira. “Pegamos água do bebedouro, da caixa e da mina. Suspeitamos que tenha sido algum veneno aplicado no campo, mas não temos certeza”, disse. O resultado da análise deve sair na próxima segunda-feira (30). Além disso, uma equipe técnica da secretaria foi até a escola para fazer uma desinfecção contra fungos e bactérias.