PJC/MT
       Como medidas preventivas e repressivas para conter fatos noticiados de supostas ameaças em escola, a PolÃcia Judiciária Civil, em procedimentos investigativos da Delegacia Especializada do Adolescente (Dea), em Cuiabá, cumpriu dois mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (17.04).
O objeto das ordens deferidas pelo Juizado da Infância e Juventude, juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, com anuência da Promotoria da Infância e Juventude, promotor Rogério Bravin, é apreender armas ou produtos eletrônicos que aparecem ou foram usados para produção e envio de imagens de ameaça, análogas a atos infracionais, praticados por menores de 18 anos, que circularam em redes sociais.
Foram apreendidos computadores, celulares e tabletes, que serão periciados para extração de imagens e conteúdos de áudios e textos, que serão usados como provas nos autos investigativos de atos infracionais. Â
As duas ordens foram deferidas para cumprimentos em dois locais diferentes, em Cuiabá. Um dos alvos foi a residência dos pais do aluno de um colégio tradicional da capital, que teve imagens de conteúdo ameaçador, circuladas nesta semana, deixando muitos pais, professores e alunos, amedrontados com possÃvel ataque na escola particular.
Também foi cumprida buscas na casa dos pais de outro menor, que teria proferido ameaças em redes sociais de ataque em uma escola pública, no bairro Porto, em Cuiabá.
No domingo (14), fotos que circularam em vários grupos do aplicativo da Whatsapp,  mobilizaram as forças de segurança, para estabilizar a insegurança gerada em toda a comunidade escolar, após um menor postar fotos em seu instagram com uma arma em punho, induzido a ameaça em sua escola.
Logo o pai e o menor gravaram vÃdeo se retratando à sociedade, tratando tudo como “brincadeira de mau gosto”. Mas para a PolÃcia Civil e a Secretaria de Segurança Pública, os fatos são tratados com seriedade e medidas enérgicas estão sendo tomadas, no sentido de evitar a mobilização desnecessárias desse tipo de ocorrências e também responsabilizar os autores.
A arma (que seria airsoft, um tipo de réplica de arma usada em esporte), que aparece com o adolescente foi entregue pelo pai na Delegacia, quando ouvidos na segunda-feira (14).
O adolescente responde em ato infracional de ameaça e os pais também serão responsabilizados, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, além de eventuais prejuÃzos financeiros que poderão ser cobrados pelo Estado. Â
Prevenção
No âmbito preventivo, a PolÃcia Judiciária Civil, por meio dos projetos sociais: De Cara Limpa Contra as Drogas, Rede Digital Pela Paz e De Bem Com a Vida, executados pela Coordenadoria de PolÃcia Comunitária, desenvolve palestras orientativas junto à s escolas de vários municÃpios de Mato Grosso. As palestras estão focadas a redução da violência escolar, em especial, na modalidade virtual que tem encorajado diversos jovens a praticarem atos insensatos como forma de chamar atenção de colegas, pais e da comunidade. As atividades estão inseridas, na campanha “Escola Seguraâ€, em alusão a Lei nº 13.277, de 29/04/2016, que em no  Artigo 1º, instituiu o “Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escolaâ€. A data passa a ser celebrado, anualmente, no dia 7 de abril.
Conforme o gerente do programa De Bem Com a Vida, investigador Ademar Torres, dentre os tópicos abordados  está o cyberbullying, que trata da prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis por um indivÃduo ou grupo com a intenção de prejudicar,também sobre o compartilhamento de fotos ou vÃdeos que façam menção a supostos ataques,  além de ser uma forma indireta de violência entre o agressor e as vÃtimas.
Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas, feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais em parceria com o Ministério da Educação, mostra que 69,7% dos jovens afirmam ter visto algum tipo de agressão dentro da escola. Em 65% dos casos, a violência parte dos próprios alunos; em 15,2% , dos professores; em 10,6%, de pessoas de fora da escola; em 5,9%, de funcionários; e em 3,3%, de diretores.
O tipo de violência mais comum sofrida pelos alunos, segundo o diagnóstico, é o cyberbullying (28%): ameaças, xingamentos e exposições pela internet. Roubos e furtos respondem por 25%; ameaças, 21%; agressões fÃsicas, 13%; violência sexual, 2%. Outros tipos não especificados respondem por 11%.