O jovem britânico, que freou o ataque cibernético internacional, anunciou que vai doar para caridade e educação os 10 mil dólares – quase 22 mil reais – que recebeu como prêmio pela façanha. O surfista de 22 anos, que atende pelo pseudônimo MalwareTech, acabou com a propagação do vÃrus ativando o “kill switchâ€, na semana passada, após o ataque cibernético ter chegado a mais de 100 paÃses. O prêmio em dinheiro foi oferecido a ele pela HackerOne, uma organização que premia os técnicos de segurança online para detectar e destruir bugs e malware.
Depois que fontes vazaram que o jovem britânico adora pizzas, um serviço de tele-entregas do Reino Unido ofereceu a ele um ano de pizzas grátis. Esta oferta ele disse que está mais propenso a aceitar.
Herói?
O especialista em tecnologia, chamado Marcus Hutchins, trabalhava em seu quarto na Inglaterra para interromper o desastre e não se considera um herói.
Ele disse à agência de notÃcias Associated Press que luta contra os “malwares†porque “é a coisa certa a se fazerâ€.
Foi a primeira entrevista presencial de Hutchins, que trabalha para a Kryptos Logic, empresa de tecnologia com sede em Los Angeles (EUA).
“Eu definitivamente não sou um heróiâ€, reafirmou. “Sou apenas alguém fazendo minha parte para parar os botnets (aplicativos maliciosos que se espalham em redes).â€
Descoberta acidental
Nas primeiras horas do ciberataque, na sexta-feira (12), o entusiasta de computação e surfista, que vive com sua famÃlia em uma pequena cidade litorânea no sudoeste da Inglaterra, fez uma descoberta acidental: o registro de um endereço na internet era capaz de interromper o surto.
Ele passou os três dias seguintes lutando contra o vÃrus que prejudicou os hospitais públicos da Grã-Bretanha, além de fábricas, agências governamentais, bancos e outros negócios em todo o mundo.
O vÃrus WannaCry paralisou computadores com versões mais antigas do Microsoft Windows, criptografando arquivos de computador dos usuários e exibindo uma mensagem exigindo um resgate de US$ 300 a US$ 600 para liberar.
Hutchins disse que achou a solução quando estava analisando uma amostra do código mal-intencionado e percebeu que estava vinculado a um endereço da web não registrado. Ele registrou o domÃnio.
O jovem costumava fazer isso para descobrir maneiras de rastrear ou parar ameaças cibernéticas. Após o registro, ele descobriu que impediu o vÃrus de se espalhar.