A ativista Sabrina Bittencourt, que reuniu denúncias de abusos cometidos pelo médium João de Deus, morreu nesse sábado (2) em Barcelona, na Espanha, onde vivia. Em nota divulgada nas redes sociais, o grupo VÃtimas Unidas afirma que a ativista cometeu suicÃdio. O grupo destaca que levará adiante o combate ao machismo e à violência contra as mulheres.
    A ativista era porta-voz do grupo Combate ao Abuso no Meio Espiritual, que recebe relatos de abusos praticados por lÃderes religiosos. Nos últimos anos, por conta de sua atuação, ela passou a receber uma série de ameaças.
    Sabrina também enfrentava um câncer. Na infância e adolescência, foi abusada sexualmente e chegou ser estuprada por integrantes da igreja frequentada pela famÃlia, que era mórmon.
    Guacira Oliveira, da Articulação de Mulheres do Brasil, destaca a necessidade das mulheres ativistas serem apoiadas e construÃrem vÃnculos de fortalecimento coletivo. Ela aponta o enfrentamento da violência no âmbito das instituições religiosas como um dos grandes desafios da sociedade.
  Sonora: “Não é à toa que foram tantos anos até que conseguÃssemos juntar 400 mulheres para conseguir denunciar o que vinha acontecendo há mais de uma década. As mulheres são muito desqualificadas quando fazem essas denúncias e o movimento de mulheres tomou para si essa questão como uma questão coletiva.â€
 Casos de abuso e exploração sexual podem ser denunciados pelo Disque 100. Já o Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicÃdio pelo número 188. Os dois serviços funcionam 24 horas, inclusive sábado, domingo e feriados. A ligação é gratuita.