sábado, 20/04/2024
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Coronavírus pode colapsar atendimento na saúde pública de Colíder, alertam o prefeito e o secretário de saúde

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Foto:NinaSilva/Assessoria

             O coronavírus avança com celeridade sobre todo o Estado de Mato Grosso – 2.429 casos confirmados e 81 mortes até esta quarta-feira (03.06). Assintomático, o governador Mauro Mendes foi testado positivo para a doença e segue em isolamento domiciliar. Adriano Silva, que presidia a Fapemat, fundação vinculada à secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, faleceu em decorrência do vírus.

Colíder – sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Norte Matogrossense e que recebe todos os casos provenientes dos municípios de Nova Canaã do Norte, Nova Santa Helena, Marcelândia, Itiúba e Nova Guarita – está exposto à pandemia. Com apenas nove leitos equipados com respirador, o Hospital Regional não comporta o aumento da demanda de pacientes com coronavírus.

O município registrou até esta quarta-feira (03) 81 casos suspeitos. Destes, 28 foram testados negativos. Nove confirmados, com dois internados. Três pacientes cumprem isolamento domiciliar e quatro estão recuperados. Até o momento, não houve óbito por covid-19 em Colíder. No entanto, o prefeito Noboru Tomiyoshi e o secretário municipal de Saúde estão preocupados e alertam a população para o risco de colapso no sistema de saúde pública local.

“O coronavírus não é gripinha. Esse vírus é altamente contagioso e já está presente no nosso município. Ele já transita nas ruas, nos bairros e nas casas das famílias de Colíder”, lamenta Noboru. “A gente pede a conscientização da população. Não existe outro remédio a não ser evitar ser contaminado. Estamos preocupados, porque a população está banalizando as medidas de proteção, como a utilização da máscara, o distanciamento social e o isolamento das pessoas que pertencem ao grupo de risco. Não levem a doença para dentro de casa”, destaca.

COLAPSO EMINENTE

Neste momento, segundo o prefeito, o sistema de saúde de Colíder consegue atender os casos que surgem. No entanto, Noboru alerta que a capacidade de atendimento pode entrar em colapso a qualquer momento. “Em Colíder estamos trabalhando firmemente junto com a Secretaria de Saúde, Hospital Regional, junto com o Escritório Regional, para que a gente possa manter sobre avanço do coronavírus aqui. Mas para colapsar a estrutura existente no Hospital Regional é muito rápido. Nós temos ali nove leitos para atender pacientes de toda a região”, comenta.

Noboru relata que Sinop e Sorriso já não dispõem de UTIs com respiradores disponíveis para receber os pacientes positivos para coronavírus e que Cuiabá e Várzea Grande estão chegando ao limite de atendimento. “Em Colíder, se dez pessoas necessitarem de respirador, uma vai ficar fora. A gente alerta a população para que não espere alguém da família chegar a óbito para tomar as providências. As medidas de prevenção devem ser tomadas agora”, defende.

MEDIDAS RESTRITIVAS

Noboru Tomiyoshi avisa que, se necessário, as medidas restritivas serão endurecidas caso a população e os estabelecimentos comerciais não tomem os devidos cuidados durante a flexibilização. “Tá havendo um relaxamento de algumas pessoas, que não estão levando a sério. Caso seja necessário, vamos endurecer o decreto municipal, retomando o fechamento dos comércios, até mesmo, com uma possível decretação de lei seca, proibindo o consumo de bebida alcoólica em locais públicos. Vamos adotar essas medidas caso os números de contágio continuem crescendo fora do aceitável. Com certeza, não hesitaremos em tomar medidas mais enérgicas”, avisa.

NOTIFICAÇÃO DE CASOS

O secretário de Saúde, Rafael Bosco, comenta que Colíder não omite casos suspeitos. “Nós observamos em questionamentos nas redes sociais o motivo pelo qual Colíder, às vezes, tem mais casos suspeitos que Sinop ou outras cidades da região. Primeiro, estamos fazendo o nosso dever de casa, seguindo todas as recomendações do Ministério da Saúde para que a gente tenha um controle exato da doença. Em Colíder, não vamos omitir casos. Não vamos subnotificar casos para tranquilizar. Nós estamos mostrando o que é real”, afirma.

Sobre o atendimento no PSF Perin, que centraliza os atendimentos de casos suspeitos para coronavírus, Rafael Bosco diz que a unidade é conduzida por uma equipe técnica extremamente qualificada. “Reforçamos o Perin com mais um médico para poder agilizar atendimento aos pacientes com sintomas respiratórios. Caso se encaixe nos critérios para coronavírus, esse paciente será submetido a todo o protocolo estabelecido pelas autoridades de saúde”, explica.

TESTES RÁPIDOS

Rafael Bosco diz que não é possível aplicar a testagem rápida em todos os moradores de Colíder. “Há critérios clínicos para o teste rápido. Tem o protocolo do Ministério da Saúde. Recebemos uma quantidade de testes rápidos do Governo do Estado, mas é para grupos específicos, profissionais da saúde, da segurança pública e pessoas do grupo de risco. Não temos testes disponíveis para atender toda a população”, informa, acrescentando que o município está adquirindo novos testes para agilizar o diagnóstico dos pacientes.

RESULTADOS DO LACEN

Sobre a divulgação dos resultados do material encaminhado ao Laboratório Central de Mato Grosso (Lacen), Bosco explica que a unidade informou na manhã desta quinta-feira o motivo da demora. “O Lacen noticiou que a média de prazo estava sendo de três dias. Mas devido a problemas técnicos, essa divulgação será feita, a partir de agora, entre sete e quinze dias. E isso traz uma grande preocupação para nós. Sem essa informação imediata, isso pode favorecer a propagação da doença”, esclarece.

“PESSOAS VÃO MORRER”

O aumento do número de casos confirmados em Mato Grosso é preocupante. A ocupação dos leitos clínicos e de UTI já está saturada em Sinop e Sorriso. “Já não há mais vagas. Os pacientes estão sendo transferidos para Cuiabá”, pontua Rafael Bosco. “A situação está ficando realmente muito grave. Se a população não se atentar, continuar com as festas de finais de semana, não seguir as recomendações das autoridades de saúde, nós teremos um colapso no sistema público de saúde. Pessoas vão morrer”, afirma.

RECOMENDAÇÕES

Atualmente, não existe vacina para prevenir a infecção pelo novo coronavírus. A melhor maneira de prevenir a infecção é evitar ser exposto ao vírus. Os sites da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde dispõem de informações oficiais acerca do novo coronavírus. A orientação é de que não sejam divulgadas informações inverídicas, pois as notícias falsas causam pânico e atrapalham a condução dos trabalhos pelos serviços de saúde.

O Ministério da Saúde orienta os cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus.

Entre as medidas estão:

– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabão, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
– Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
– Evitar contato próximo com pessoas doentes. Ficar em casa quando estiver doente;
– Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

 Sérgio Ober /Assessoria

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