DECISÃO DOS ESTADOS UNIDOS SOBRE JERUSALÉM: milhares de pessoas protestam contra em Rabat

        Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram neste domingo em Rabat contra a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, naquele que provavelmente é o maior protesto entre os realizados nos últimos dias no mundo árabe.

        A manifestação tinha sido convocada por duas ONGs pró-Palestina, mas também recebeu a adesão de todos partidos políticos parlamentares e da organização islamita Justiça e Caridade (ilegal, mas tolerada), que contou com o maior número de manifestantes, como acontece toda vez que saem às ruas.

A agência oficial “MAP” cifrou a participação em “centenas de milhares” de pessoas, mas diversos observadores consultados pela Agência Efe concordaram que havia cerca de 50.000 pessoas, o que, de todos os modos, é muito pouco habitual em Rabat, embora seja inferior a outras marchas pró-Palestina realizada na capital do Marrocos.

O tom foi mais festivo que de indignação contra os Estados Unidos, que nos últimos dias tinham pedido aos seus cidadãos no Marrocos que aumentassem suas precauções em seus deslocamentos pela possibilidade de protestos.

No entanto, os gritos mais hostis contra os EUA ficaram em “América sionista” ou “América inimiga dos povos”, junto com os espontâneos “Morte a Israel”, enquanto que o lema mais escutado e promovido pelos organizadores foi “O povo quer a liberdade da Palestina”.

As autoridades e a polícia ofereceram todas as facilidades aos manifestantes, que desta vez estavam em consonância com a postura do rei Mohamed VI, que na quinta-feira passada convocou a encarregada de negócios dos EUA no Marracos para entregar-lhe uma carta de protesto a Trump.

Embora os organizadores tenham combinado em uma coordenação prévia que as palavras de ordem seriam exclusivamente civis e não religiosas, os grupos mobilizados pelos islamitas, que eram de longe os mais numerosos, gritaram em numerosas ocasiões “Alá é grande”.

As manifestações pró-Palestina são sempre muito massivas no Marrocos, uma vez que contam com o apoio de quase toda classe política, o que não ocorre com os protestos por motivos internos.