Reitora Myrian Serra se prepara para retornar à direção da instituição de ensino superior federal de Mato Grosso. Seu mandato vai até 2020.
MIDIANEWS – THAIZA ASSUNÇÃOÂ
     A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), professora doutora Myrian Serra, se prepara para voltar à função quatro meses após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), dentro do teatro da instituição. A expectativa é ela que retorne às atividades até o fim desta semana.
 Myrian já está visitando a universidade para pequenos compromissos. Nesta semana, ela recebeu a reportagem do MidiaNews na sala da reitoria e contou sobre a sua recuperação. Até então, quem está no comando da UFMT é o vice, o professor Evandro da Silva.
 Myrian, que permaneceu quase dois meses na UTI do Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, revelou ter tido medo de ficar com sequelas graves e não poder trabalhar mais.
 “Eu tive que reaprender a andar, reaprender a falar, reaprender a me virar, reaprender a fazer tudo que a gente faz diariamente sem perceber. E, por conta disso, fiquei em dúvida se teria condições de voltar ao exercÃcio aqui da UFMTâ€, afirmou.
       Na entrevista, Myrian também fala sobre a administração da universidade, cortes orçamentários, reforma da Previdência, hospital universitário, festas clandestinas e outros temas.
Confira os principais trechos da entrevista ao MÃdiaNews:
MidiaNews – Qual a última lembrança da senhora antes do AVC?
Myrian Serra – Eu não me lembro de nada do que aconteceu no dia em que sofri o AVC. Só me lembro do dia anterior ao AVC para trás. O que eu sei é só o que as pessoas e os médicos me contaram, que era aniversário da UFMT e, em homenagem, haveria o espetáculo “Canta Beatles†no teatro. No local, me chamaram para fazer um discurso breve e, quando fui cumprimentar os profissionais, desmaiei.
MidiaNews –  A senhora tem algum tipo de pré-condição, como diabetes e pressão alta?
Myrian Serra – Não tenho hipertensão, não tenho diabetes, nada. Foi o rompimento de um aneurisma que deu o AVC. Foi bem inesperado.
MidiaNews – Uma situação dessas costuma fazer as pessoas repensarem a vida. Houve isso com a senhora?
Myriam Serra – Sim. Eu tive que repensar minha vida profissional aqui na universidade. Entendo que devo me dedicar muito bem ao meu trabalho, mas preciso ter também uma vida pessoal melhor, de atividade, de lazer.
Antes do AVC,  passei dois anos muito intensos, de campanha, de posse, de administração e, no dia 10 de dezembro [data do AVC], combinou com um dia de muita emoção, porque era o primeiro aniversário da UFMT que eu estava como reitora.
Mas para mim, mudou muito. Penso que sou melhor nas relações com as pessoas, na relação com a universidade… Porque eu me sinto agraciada de ter a oportunidade de viver e voltar ao exercÃcio da reitoria.
MidiaNews – Â O desgaste da campanha na universidade e depois a correria da reitoria podem ter contribuÃdo?
Myrian Serra – Pode ter contribuÃdo, mas não foi só isso. Eu não tinha pressão alta, mas como era um dia muito emocionante, pode ser que corpo já tivesse uma pré-disposição e aconteceu tudo isso.
MidiaNews – Os médicos lhe deram alguma recomendação após o episódio?
Myriam Serra – Que eu faça, primeiro, atividade fÃsica. Agora estou fazendo fisioterapia. Segundo, o mais importante, que eu tenha, pelo menos uma vez na semana, uma atividade de lazer para que possa desfocar da minha atividade profissional. Estou buscando essa atividade ainda. Eu gosto de fazer muita coisa, mas precisa ser uma atividade que eu faça e não foque aqui na universidade. Porque, à s vezes, estou fazendo algum exercÃcio e estou pensando nos problemas daqui. Por enquanto eu tenho trabalhado a questão familiar, visitado a famÃlia, amigos.
MidiaNews – Â Em algum momento, achou que pudesse ficar com sequelas graves?
Myrian Serra – No começo sim. Eu tive que reapreender a andar, reaprender a falar, reaprender a virar, reaprender a fazer tudo que a gente faz diariamente sem perceber. E, por conta disso, fiquei em dúvida se teria condições de voltar ao exercÃcio aqui da UFMT. Mas quando eu comecei a me recuperar bem fortemente, de dois meses pra cá, percebi que tinha condições.
Quero deixa claro que estou muito feliz de poder voltar. Quero parabenizar também a minha equipe. Todos eles aqui sofreram com isso e precisaram se organizar, redefinir, porque eu era a mais experiente do grupo. E, por conta de tudo que aconteceu, eles precisaram de estratégia e conseguiram, se fortaleceram e hoje nós somos um grupo muito bom.
O carinho da comunidade acadêmica, o respeito da sociedade, sou muito grata a tudo isso.
MidiaNews – A rotina de reitora não é algo muito estressante para uma pessoa com o histórico da senhora?
Myrian Serra – O meu médico é igual a mim, bem otimista. Ele disse que o que eu tive já foi curado, agora é fisioterapia.
Eu entendo que tenho que fazer a minha parte. Preciso criar uma atividade de lazer, uma vez por semana. Preciso melhorar minha relação profissional com o tempo aqui na universidade, porque às vezes eu chego aqui às 7h e saio só às 21h. E também não ficar com estresse acumulado. Porque minha profissão é realmente estressante, no sentindo de administrar muitos conflitos.
Mas eu penso que se conseguir ter uma atividade também uma vez por semana para me desestressar, consigo estar revigorada toda segunda-feira para trabalhar.
MidiaNews – Sua decisão de voltar ao trabalho foi bem aceita na famÃlia?
Myrian Serra – Sim. Todos me apoiam e contribuem para isso também, porque eles veem que eu fico inquieta para voltar para a universidade. Não consigo ficar sem fazer nada (risos).
MidiaNews –  A senhora pretende usar seu exemplo para algum tipo de conscientização sobre cuidados com a saúde?
Myrian Serra – Sim, estou pensando sobre isso. Aqui na própria universidade eu já pedi para a nossa equipe melhorar as condições segurança e acessibilidade, desde as questões dos nossos banheiros, da segurança do nosso teatro. E, além disso, também, eu penso que posso estar ajudando as pessoas que tiveram AVC no processo de recuperação.
Eu já faço isso, mas de uma maneira bem pequena, na clÃnica de fisioterapia. Às vezes chega uma pessoa que teve um AVC recente, de 15 a 20 dias, e eu digo que no começo é difÃcil, vou apoiando. Mas eu não trabalhei isso em um lugar maior, uma organização. Se surgir a oportunidade, vou dar o meu testemunho e ajudar as pessoas. Fico muito feliz quando estou na clÃnica e vejo as pessoas evoluindo. Já virei uma espécie de auxiliar de fisioterapeuta.
MidiaNews – Vamos falar um pouco da universidade. Como estão as finanças da UFMT?  Os cortes orçamentários estão afetando o funcionamento?
Myrian Serra – Esse é um ano bastante difÃcil. Não é diferente de anos anteriores. Já estamos há três, quatro anos recebendo recursos menores. Esse ano nós estamos com recurso de capital 50% menor do que o ano passado. Então, em número, o nosso orçamento é de R$ 15 milhões. O ano passado foi R$ 30 milhões e o ano retrasado, R$ 60 milhões.
Por isso que a gente precisa também buscar parceria com o Governo, MunicÃpio, com a iniciativa privada para que consigamos ter investimentos. Hoje o nosso orçamento é praticamente para manter o que existe: a folha de pagamento, atividades de ensino, graduação, pós-graduação, laboratório. Mas grandes investimentos, como obra, reforma, ou laboratórios novos, dependem ou do MEC ou de parcerias.
MidiaNews – Alguma obra precisou ser cancelada por conta do cortes no orçamento?
Myrian Serra – Como a gente já estava com esse orçamento menor há três anos, na minha gestão não ousei prometer nenhuma obra nova. Toda obra nova que nós pretendemos abrir será em parceria com quem pode nos apoiar. Nós estamos buscando concluir obras que já começaram. O campus de Várzea Grande, por exemplo, tem expectativa de finalizar até o final do ano.
MidiaNews –  Como a senhora está vendo este movimento do Governo Federal de congelamento de gastos públicos e a reforma da Previdência?
Myrian Serra – Eu vejo com bastante preocupação. Acho que os órgãos públicos, principalmente as universidades públicas, têm um papel essencial para o desenvolvimento do PaÃs. Não é só para formação de alunos, mas também na pesquisa e na extensão. Então, quando a gente verifica uma sinalização do Governo Federal em reduzir programas, investimentos, orçamentos nas universidades públicas, vê que a educação pública não está sendo priorizada.
Para nós, isso é bastante drástico, preocupante. E além da conjuntura da educação, nós também temos o nosso pessoal com a reforma da Previdência. Acredito que a sociedade está se movimentando, tanto que, nos últimos dias, essa reforma já foi reformulada várias vezes.
Acredito que seja importante fazer reforma na Previdência, mas a sociedade precisa ser melhor esclarecida. Onde está o rombo da Previdência? Só cabe a nós, trabalhadores o rombo, ou o rombo também é das patronais, das empresas, do Governo? Se os trabalhadores vão contribuir trabalhando mais, como o restante vai contribuir? A reforma da Previdência está focada no trabalhador. E eu tenho a compreensão que o trabalhador não é a única fonte do rombo da Previdência.
Eu vejo que, se a população soubesse ou tivesse mais transparência em tudo que envolve a Previdência, nós todos poderÃamos ter uma reforma melhor, para todo mundo, porque agora só está pegando para o trabalhador.
MidiaNews – A senhora então não é contra a reforma? Apenas acredita que precisa de mais transparência.
Myrian Serra- Eu acho que a reforma é necessária, porque a nossa Previdência muda conforme mudam as gerações. Realmente a nossa expectativa de vida mudou, o nosso tempo de trabalho mudou…
E a Previdência não é só aposentadoria, envolve muitas questões. Sempre o PaÃs precisa rever. Só que essa medida está vindo bem simplista: aumenta só o tempo de contribuição para o trabalhador. Se houvesse um estudo mais complexo, nós poderÃamos ter uma solução que toda a sociedade aceitasse, como outros paÃses já fizeram.
MidiaNews –  Como está o clima entre os professores? Teme uma greve?
Myrian Serra – Por enquanto o que se tem é o movimento nacional, de todos os servidores de todas as universidades contra a reforma da Previdência. É feita uma mobilização a cada 15 dias.
Não houve ainda nenhuma sinalização dos sindicatos daqui da UFMT, tanto de técnicos como de professores, para uma greve geral.
MidiaNews – Há poucos dias, foi anunciada a retomada das obras do COT [Centro Oficial de Treinamento] da UFMT. Qual é o prazo para finalização e qual será o destino daquele espaço, que deveria ser entregue antes na Copa do Mundo?
Myrian Serra – A obra foi retomada na semana passada e tem uma expectativa de término em agosto. Cabe ao Governo do Estado finalizar a parte de acabamento e a UFMT a compra da pista de atletismo.
Na semana passada, nós já demos a ordem para a compra da pista, de R$ 7 milhões. Ela é importada e certificada para competições internacionais.
Nós queremos que o COT, que será repassado para gestão da UFMT, sedie competições regionais e nacionais de atletismo.
Além da pista, também tem o campo de futebol, que pode sediar competições de menor porte.
MidiaNews – E quanto ao Hospital Universitário. Quando ele, enfim, será entregue?
Myrian Serra – Nós estamos ainda em diálogo com o Governo do Estado. Não temos ainda nenhuma certeza. Lá é a relação inversa do COT, porque no COT já foram executados 90% e no Hospital Universitário, apenas 10%. Faltam 90%. Cabe ao Governo do Estado fazer a licitação dessa obra. É nesse momento que nós estamos. Existe um convênio, existem aditivos, e nós temos uma expectativa de que o Governo faça essa licitação para que a gente possa retomar a obra e ter o Hospital Universitário para atender não só a população de Cuiabá, mas de todo o Estado. É, com certeza, uma obra muito importante. E a gente está fazendo toda ação polÃtica para que esse hospital possa ser retomado.
MidiaNews – Como o governador Pedro Taques tem sinalizado?
Myrian Serra – A princÃpio nós também temos a compreensão de que o Governo não fez a licitação ainda porque não tem o recurso orçamentário suficiente. O Governo precisa desembolsar R$ 60 milhões. A UFMT já desembolsou R$ 60 milhões há três anos. Mas eu penso que é possÃvel retomar a obra, porque não há necessidade de ter mais R$ 60 milhões hoje.
Nós estamos esbarrando mais no termo jurÃdico do que financeiro. Quando retomar a obra, vai demorar, pelo menos, três anos para ser finalizada. Então o Governo não precisa ter R$ 60 milhões hoje. Só precisa ter perspectiva orçamentária desse dinheiro. Por isso que estou bastante otimista, vamos conseguir.
MidiaNews – Essa é uma das metas da senhora após o retorno à frente da reitoria?
Myrian Serra – Com certeza. Daqui uns 30 dias teremos notÃcia boa com relação a essa obra.
MidiaNews – Nos últimos dias, a imprensa noticiou uma festa clandestina no campus, com uso disseminado de drogas. A UFMT não tem como saber com antecedência a respeito destas festas?
Myrian Serra – Nós temos duas frentes de trabalho em relação a essas festas. Obviamente qualquer festa ou evento que tenha dano ao patrimônio, que tenha sujeira e que não tenha responsabilidade, nós somos contrários.
Então, nós pensamos em duas possibilidades. A primeira é que nós vamos reativar a discussão na universidade sobre eventos. Apesar de ficar o nome festa, para nós é evento, seja de aluno, professor e demais funcionários. Todos nós precisamos normatizar eventos na universidade. Quem é responsável, qual é a expectativa de pessoas e a questão da segurança para essa realização.
A segunda é, mesmo que tenha autorização para realizar um evento, quando acontece algo como aconteceu – de você ter dano ao patrimônio, sujeira ou pessoas presas -, imediatamente nós registramos aqui na universidade um processo disciplinar discente.
Nós já temos cinco processos para investigar a participação de estudantes nessas festas. E se forem descobertos, eles vão responder por isso.
Há processos também que já saÃram da alçada da universidade, que provavelmente são jovens de fora que realizam festa aqui dentro. Nessa última festa, inclusive aconteceu isso: jovens de fora da universidade que foram presos. Deixou claro para gente que não é um problema só nosso, mas do MunicÃpio.
Nós não temos aqui na universidade uma prática de fechar os portões. Esses eventos acontecem geralmente na praça do RU [Restaurante Universitário] e a praça é um espaço público e aberto. Então, estrategicamente são realizados lá.
MidiaNews – Quais são as penalidades para os alunos?
Myrian Serra – A comissão que decide. Mas vai desde uma advertência até a suspensão de um ano letivo.
MidiaNews –  Há muito tempo os estudantes reclamam de assaltos dentro do campus. O que está sendo feito em relação a isso?
Myrian Serra – Nós estamos no Centro da cidade. Então tudo que a cidade sofre, nós também sofremos. Deixamos de ser aquela famosa ilha que éramos, pro bem ou pro mal. E se há assaltos na cidade, também há assaltos aqui.
Do ponto de vista administrativo, nós estamos trabalhando para identificar essas regiões para ver de qual maneira podemos ajudar, com iluminação, por exemplo.
Pensamos em reaver nossa agenda polÃtica e cultural, também, trazendo mais eventos para a universidade. Porque a gente entende que, quando a universidade está cheia, são menores as chances de ocorrer essas situações.
Também vamos discutir a nossa polÃtica de segurança. A última que foi aprovada restringe a segurança a patrimônios. Hoje a UFMT tem uma segurança de patrimônio, não de pessoas.
Nós temos um convênio aqui com a PolÃcia Militar, mas apenas para formação de policiais. Nós participamos da formação dos policiais, mas eles não estão na nossa segurança interna.
Mas se todas essas mudanças vão acontecer ou não, depende muito dos conselhos da universidade. Toda nossa gestão é discutida, aprovada, com os conselhos superiores.
MidiaNews – Na UFMT também existem locais em que estudantes se reúnem para usar drogas, principalmente maconha. Qual é a postura da universidade em relação a isso? Há fiscalização?
Myrian Serra – Nós não temos o papel de fiscalizar e apreender drogas.  As polÃcias Militar e Federal têm autonomia e a liberdade para entrar no campus se ela estiver investigando alguém para fazer a apreensão.
MidiaNews –  Recentemente o Governo Federal anunciou o fim do programa Ciência Sem Fronteiras. Como a senhora enxerga a medida?
Myrian Serra – O Ciência Sem Fronteiras é um programa problemático. Teve muita crÃtica, inclusive das universidades, porque o formato como foi desenvolvido era prejudicial à s universidade. Era uma internacionalização de estudantes. Não de universidades.
Agora está sendo rediscutido para vir em um novo formato, provavelmente envolvendo a pós-graduação. Mas de qualquer forma nós já sabemos que teremos prejuÃzos, porque mesmo que seja reformulado já há corte financeiro para sua execução.
Então, eu penso que as universidades perdem muito e principalmente os alunos, por isso, considero como resultado negativo não termos mais o programa.
MidiaNews – Um dos problemas citados pelo Governo Federal era a falta de domÃnio do estudante com lÃnguas estrangeiras. Isso era, realmente, um problema?
Myrian Serra – Foi no inÃcio do programa, mas daà foi criado outro programa, que é o Idioma Sem Fronteiras. Hoje nós temos nas universidades cursos de inglês, espanhol, francês gratuitos para toda a comunidade universitária.
Mas é um problema de Brasil, dos jovens, dos gestores não terem domÃnio de um idioma estrangeiro. E isso, no cenário internacional de competição entre estudantes, os brasileiros têm menor chance de concorrer.
MidiaNews –  A senhora concorda que a UFMT está isolada das discussões referentes a Mato Grosso, como por exemplo segurança, taxação do agronegócio, teto de gastos?
Myrian Serra – Não. Eu acho que são vários tipos de discussões. A UFMT está presente nas discussões que estão relacionadas à universidade, à pesquisa, ao ensino. Nós somos responsáveis pela formação de mais de 60% dos professores de Mato Grosso, temos parceria com a Embrapa, desenvolvemos pesquisas para o desenvolvimento do agronegócio do Estado.
O que nós não buscamos participar, porque entendemos a autonomia, são as questões administrativas do Governo do Estado. O Governo não participa também das questões administrativas da UFMT.
E nós estamos na agenda, cultura, esporte, lazer, pesquisa. Acredito que temos participado.
MidiaNews – Como a enxerga o atual momento polÃtico que o Brasil da vivendo. Como as delações da Odebrecht, que envolveram tantos gestores, até de Mato Grosso?
Myrian Serra – É um momento muito difÃcil. A gente fica com raiva, indignado, de saber que tudo isso não aconteceu somente agora, mas vem da minha geração para trás.
Eu acho que é muito ruim para toda a população o nosso PaÃs ter hoje essa representação polÃtica. É necessário mudança. É importante que nós, cidadãos, discutamos o que queremos para o futuro.
Se nós soubermos, nesses próximos dois anos, discutir e ter uma relação diferente com os nossos parlamentares, eu penso que podemos ter representantes mais próximos da sociedade do que hoje são.
(Foto: Marcus Mesquita Imagens)
Â