Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotÃciaBoa.
     Viralizou nos últimos dias nas redes sociais um vÃdeo impressionante em que um idoso com Parkinson pára de tremer quando os médicos ligam um sistema que foi implantado nele. (assista abaixo)
Trata-se de um procedimento que existe há anos no Brasil: o BDS, Deep Brain Stimulation – em tradução livre, Estimulação Cerebral Profunda.
           O vÃdeo mostra um implante feito em 2015, no Sr. Richardson, pelos médicos Paul Waguespack e Dr. Gerald Calegan, do Deep Brain Stimulation Center , um centro de reabilitação que fica em Lusiana, EUA.
Os médicos lembram que o Sr. Richardson estava sem medicamentos para tratamento de Parkinson quando fizeram a gravação, postada no Youtube.
No Brasil
        Cirurgias semelhantes, que custam cerca de R$ 150 mil reais em hospitais particulares, podem ser feitas de graça no Brasil pelo SUS.
       Uma equipe brasileira, de São Paulo, desenvolveu em 2013 essa técnica de cirurgia para implantação de eletrodos no cérebro de pacientes com Parkinson.
        A técnica – que diminuiu o tempo de cirurgia em até 40% e aumentou a segurança e a precisão do procedimento – foi premiada em 2014 no Congresso Bi-anual da Sociedade Europeia de Neurocirurgia Estereotáxica e Funcional (ESSFN, na sigla em inglês).
        O trabalho foi feito em conjunto entre o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital SÃrio-Libanês e o Hospital das ClÃnicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) liderado pelo neurocirurgião Erich Fonoff.
         O que a equipe fez foi aperfeiçoar o método de implantação de eletrodos no cérebro, procedimento necessário para a terapia de estimulação cerebral profunda (ou DBS, na sigla em inglês).
William Conterias, Raquel MartÃnez, Miguel San Martin e Erich Fonoff – Foto: Erich Fonoff / Arquivo Pessoal
Como
         A terapia age em uma região especÃfica do cérebro que passa a receber estÃmulos elétricos a partir de um “marca-passo†cerebral.
          Esse estÃmulo diminui alguns dos sintomas da doença, levando o paciente a ter maior controle sobre seus movimentos, por exemplo.
          Até então, o implante dos eletrodos era feito separadamente em cada lado do cérebro. A equipe de Fonoff conseguiu desenvolver um mecanismo para fazer os implantes nos dois lados do cérebro simultaneamente.
A cirurgia
          Durante a etapa da cirurgia em que os eletrodos são implantados, o paciente tem de permanecer acordado e interagindo com a equipe médica, que pode se certificar na hora se os estÃmulos elétricos naquela área do cérebro estão fazendo o efeito esperado.
            A diminuição do tempo dessa etapa cirúrgica de 35 a 40%, portanto, torna o procedimento menos penoso para o paciente. Além disso, a possibilidade de acessar os dois lados do cérebro ao mesmo tempo diminui o risco de imprecisões.
            Também fazem parte da equipe que desenvolveu o projeto os médicos William Omar Contreras, Angelo Azevedo, Raquel Chacon Ruiz Martinez, Jessie Navarro, Jairo Angelos e Manoel Jacobsen Teixeira.
           No SÃrio-Libanês, o projeto foi financiado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
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Com informações do G1  e SnB