quinta-feira, 18/04/2024
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Nota da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre Doença pelo Vírus Ebola

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                                A detecção do primeiro caso suspeito de doença ou febre pelo vírus Ebola no dia 09 de outubro último no estado do Paraná colocou o país em alerta e pôs sob prova os planos de contingência elaborados.

                   Muito embora viesse sendo considerada pouco provável a introdução do vírus no país, os eventos recentes, incluindo-se o caso importado nos EUA e a transmissão na Espanha, já ratificavam a importância e necessidade dos planos de contingência. A detecção do caso suspeito, procedente da Guiné, em Cascavel apenas ratificou que a entrada do vírus no Brasil é possível.

                  Declarada Emergência Internacional em Saúde Pública pela Organização   Mundial da Saúde (OMS), a epidemia se mantém, com intensa transmissão e elevada incidência nos países afetados – Libéria, Serra Leoa e Guiné – e letalidade mantida.  Segundo dados da OMS, até o dia 08 de outubro de 2014 foram 8.376 os casos de doença pelo vírus Ebola, dos quais 4.024 fatais.

                 Nesse cenário a Sociedade Brasileira de Infectologia entende que seja mandatório a existência de planos de contingência bem estruturados e atualizados, amplamente divulgados e passíveis de serem aplicados em serviços de saúde, públicos e privados, de todo o território nacional.

                 Deve ser ressaltado também que, uma vez mais, fica patente a importância do médico infectologista no cenário nacional em âmbito da saúde pública, enquanto agente divulgador de informações técnicas e científicas consistentes em diferentes espaços de atuação – serviços de saúde, academia, meios de comunicação – e como consultores junto aos órgãos municipais, estaduais e federais assessorando na elaboração de documentos e planos norteadores das ações de vigilância, assistência, prevenção e controle de infecção pelo vírus Ebola.

               Não menos importante é o papel do médico infectologista junto às áreas de assistência e comissões de controle de infecção hospitalar de hospitais Brasil afora, todas potenciais portas de entrada para casos suspeitos de Ebola, sobretudo no atual momento, em que se têm como principais objetivos a detecção precoce de casos suspeitos e a adoção de medidas de prevenção da transmissão da infecção em serviços de saúde – com especial preocupação em relação à vulnerabilidade de profissionais de saúde, que já são em número de 416 os infectados (sendo 233 com evolução fatal).

              A morosidade na suspeição da doença no caso dos EUA e a transmissão à profissional de saúde na Espanha apontaram que sem a devida atenção e capacitação de profissionais envolvidos com a assistência de eventuais casos suspeitos os planos de contingência se mostram potencialmente frágeis.

                     A atual epidemia da febre do vírus Ebola, definitivamente, figura como um desafio ao mundo e para seu enfrentamento ações bem estruturadas e integradas são necessárias.

                         A ocorrência do caso suspeito, agora detectado no estado do Paraná, não deve ser motivo de pânico, um determinante para adoção de medidas extremadas e desprovidas de bases científicas sólidas, mas deve ser compreendido como um elemento que ratifica a importância de um sistema de vigilância atento, serviços de saúde bem estruturados, profissionais da saúde capacitados, capacidade de diagnóstico laboratorial ágil e divulgação transparente das informações pelos órgãos governamentais.

                   Diante do exposto a Sociedade Brasileira de Infectologia considera ser imperativo para o enfrentamento do vírus Ebola enquanto uma ameaça global que os órgãos responsáveis pela elaboração dos planos de contingência e gestão do sistema de saúde:      Diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia.

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