quinta-feira, 28/03/2024
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O que esperar da equipe Temer e suas mudanças?

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   ministros

         Após o afastamento da presidente Dilma Rousseff e da posse de Michel Temer como presidente interino, todo o primeiro escalão foi renovado e alguns nomes do segundo escalão começam a ser divulgados.

Os ministros foram empossados em 12 de maio, em conjunto com Michel Temer, e as nomeações foram publicadas no Diário Oficial da União do dia 13 (o quadro ministerial completo está no quadro abaixo).

A revista MundoCoop ouviu especialistas, acadêmicos e lideranças empresariais.

                      O entendimento comum é de que a curto prazo, a economia brasileira ainda será caracterizada por altas taxas de juros, encarecendo o crédito e exigindo um profundo ajuste fiscal ainda mais. Em decorrência, o consumo e o investimento público cairão mais um pouco, e o desemprego se elevará. A previdência social deverá ser alvo de reformas, com mudanças, por exemplo, na idade mínima para se aposentar, porém o impacto será de médio prazo.

A crença no retorno da CPMF é geral, como forma de recuperar temporariamente a arrecadação do Governo enquanto a economia não retoma seu desenvolvimento e o efeito da imprescindível redução dos gastos públicos não se fizer sentir, inclusive porque fragmentação dos fundamentos econômicos do País e o comprometimento fiscal inviabilizam, de imediato, cortes significativos dos gastos públicos, deixando o aumento de impostos no curto prazo como alternativa para o equilíbrio orçamentário imediato.

A necessidade de apoio do Congresso para viabilização de medidas nem sempre populares é outra preocupação dos experts, pois as articulações políticas envolvem interesses diversos e nem sempre voltados ao bem comum.

Ponto positivo sinalizado pelos entrevistados é a igualmente de tratamento na indústria, sem privilégios seletivos via subsídios, instrumento utilizado pelo governo Dilma e que – garantem os especialistas – não geravam benefícios econômicos efetivos, ao contrário, distorciam e enfraqueciam o livre-mercado.

 A repercussão e as expectativas são assim resumidas por alguns experts. Confira!

 

Tharcisio-Bierrenbach

O momento muito difícil, mas o Governo começou bem. A declaração inicial foi séria, sem se preocupar muito com o problema político. O time selecionado por Temer tem experiência no congresso, o que é fundamental no momento.

O Meirelles [Henrique de Campos Meirelles, ministro da Fazenda] também entende do que está sob sua responsabilidade. Temos ouvido declarações sensatas, sem grandes soluções a curto prazo. O Governo mostra muito bom senso, que é o que eu queria ver.

A questão fiscal é prioridade. Espero que não precise da CPMF, mas entendo o que estão dizendo. Neste momento, o papel do Temer é muito importante e ele sinaliza estar consciente de que é mais importante ele entrar para a história como a pessoa que conseguiu reequilibrar o país do que como mais um presidente que busca a reeleição. – Tharcisio de Souza Santos, economista, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), com cursos de especialização na SUNY – State University of New York, professor titular das Faculdades de Administração e de Economia e diretor do MBA da FAAP- Fundação Armando Álvares Penteado

 

Marco-Milani

Marco Antonio F. Milani Filho

As expectativas sobre a política econômica são muito mais favoráveis com o novo governo, que terá de tomar medidas duras, porém necessárias, voltadas à recuperação econômica.

Temer inicia o seu mandato interino com o apoio do Congresso, que é onde as propostas deverão ser aprovadas, porém as articulações políticas deverão ocorrer diante de ações impopulares e todos sabemos que negociações nesse ambiente envolvem interesses diversos e nem sempre voltados ao bem comum. Enganam-se aqueles que acham que as taxas de inflação, juros e desemprego serão reduzidas da noite para o dia, pois isso não depende de vontade política, mas de ajustes robustos com reflexos no longo prazo. A conta do reequilíbrio fiscal será cobrada de todos, ricos e pobres, pois não há solução mágica.

Mas o enfrentamento desse problema deve ser com maturidade e transparência pelo Governo, ou seja, Temer e sua equipe devem vir a público explicar a necessidade de medidas impopulares para corrigir a desastrosa situação econômica em que o País se encontra. Os empresários não devem esperar um reaquecimento imediato, pois dependerá do aumento da renda média do brasileiro, porém têm motivos para considerarem premissas macroeconômicas para um cenário mais otimista a partir de 2017. Uma vez que Temer precisa apresentar resultados consistentes nos próximos seis meses, deve-se esperar sinais de recuperação ainda frágeis até o final do ano, mesmo com o déficit orçamentário recorde já previsto para 2016, mas já será algo a ser comemorado, pois representa a alteração de tendência recessiva. – Marco Antonio F. Milani Filho – economista, pós-doutor pela Universidade de Salamanca, da Espanha, e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

 

Vladimir-Maciel

A mudança da gestão presidencial indica uma reversão das expectativas do mercado, que deixaram de ser muito pessimistas e passaram a ser relativamente otimistas. Isto é importante para o ânimo do consumidor e do empresário. Porém, não significa que entramos num “mar de rosas”.

Tem muito trabalho duro a fazer e a recuperação será lenta. Espera-se que um presidente e um ministério com maior capacidade de articulação política consiga aprovar junto ao congresso as medidas necessárias. É muito provável que a CPMF volte ao cenário, alíquota um pouco maior para permitir que a receita seja dividida entre estados e municípios, cujas finanças públicas estão muito ruins também.

A esperança real de melhora que amenizaria os efeitos negativos do ajuste vem de duas áreas. A primeira é a de concessões e privatizações que, se conseguirem estabelecer regras adequadas ao setor privado, podem atrair investidores e levar à retomada de obras em infraestrutura, por exemplo. Elas têm grande efeito multiplicador de atividade econômica, mas necessitam de tempo para acontecerem e disseminarem seus efeitos ao longo das cadeiras produtivas.

A segunda é a expectativa de novos ares na política de comércio exterior e de promoção comercial, com busca de acordos bilaterais que possam abrir mercados para produtos e serviços brasileiros. Entretanto, isso também leva um tempo para se materializar em resultados em termos de atividade, renda e emprego. Em suma, precisamos ainda “apertar os cintos” no curtíssimo prazo, mas, ao menos, há alguma “luz no fim do túnel” da economia”. – Prof. Dr. Vladimir Fernandes Maciel – coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia e Mercados do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

O quadro ministerial

Como medida de economia, Temer reduziu o número de ministérios de 32 para 23. Seis nomes já integraram o governo de Dilma ou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sete ministros são do PMDB e os demais são do PP, do PSDB, do PSD, do DEM, do PRB, do PTB, do PSB e do PR.

São eles:
– Fábio Medina Osório – advogado-Geral da União
– Sérgio Westphalen Etchegoyen – ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
– Geddel Quadros Vieira Lima – ministro de Estado Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República
– Blairo Borges Maggi – ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
– Gilberto Kassab – ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
– Raul Belens Jungmann Pinto – ministro de Estado da Defesa
– José Mendonça Bezerra Filho – ministro de Estado da Educação e Cultura
– Henrique de Campos Meirelles – ministro de Estado da Fazenda
– Marcos Antônio Pereira – ministro de Estado da Indústria, Comércio e Serviços
– Helder Zahluth Barbalho – ministro de Estado da Integração Nacional
– Alexandre de Moraes – ministro de Estado da Justiça e Cidadania
– Ricardo José Magalhães Barros – ministro de Estado da Saúde
– Fabiano Augusto Martins Silveira – ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e Controle
– Bruno Cavalcanti de Araújo – ministro de Estado das Cidades
– José Serra – ministro de Estado das Relações Exteriores
– Fernando Coelho Filho – ministro de Estado de Minas e Energia
– Osmar Gasparini Terra – ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário
– Leonardo Carneiro Monteiro Picciani – ministro de Estado do Esporte
– José Sarney Filho – ministro de Estado do Meio Ambiente
– Romero Jucá Filho – ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
– Ronaldo Nogueira de Oliveira – ministro de Estado do Trabalho
– Henrique Eduardo Lyra Alves – ministro de Estado do Turismo
– Maurício Quintella Malta Lessa – ministro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil

 

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