Ação envolve abrigo e interiorização de imigrantes
Por Victor Ribeiro* – Enviado Especial  Boa Vista
     As autoridades vão verificar as instalações destinadas à Operação Acolhida no municÃpio de Pacaraima. O municÃpio é considerado a principal porta de entrada dos imigrantes que vêm da Venezuela. Foi ali que, em agosto do ano passado, um grupo de venezuelanos foi atacado e incendiado na rua.
      Azevedo e Silva descartou a possibilidade de interromper o processo, previsto para terminar em 31 de março, ressaltando que a definição dos recursos será feita. Sem detalhar, ele destacou que há aspectos que serão aperfeiçoados. “Nós temos uma previsão [de despesas] que é finita. Tem que ver essa parte orçamentária para prosseguirâ€.
Ação
      Lançada pelo governo federal no inÃcio de março de 2018, no esforço de combater a crise humanitária provocada pela onda migratória venezuelana, a Operação Acolhida é coordenada pela Força-Tarefa LogÃstica Humanitária, uma iniciativa que reúne vários ministérios e órgãos federais, estadual e municipais.
      As ações de apoio aos venezuelanos que chegam ao Brasil, fugindo da crise econômica e da instabilidade polÃtica no paÃs vizinho, incluem o fornecimento de refeições, abrigo e cuidados médicos, a regularização da situação dos imigrantes que manifestem o desejo de permanecer no Brasil e a redistribuição das famÃlias para outras regiões.
     A Operação Acolhida envolve aproximadamente 600 militares da Aeronáutica, do Exército e da Marinha. As ações são responsáveis também pelos postos de atendimento e abrigos destinados aos venezuelanos.
Energia
     Durante a entrevista, os ministros e o governador ressaltaram a preocupação com a dependência energética do estado em relação à Venezuela, que abastece a região: metade da eletricidade consumida em Roraima vem do paÃs vizinho. O restante é produzido por usinas termelétricas e custa cinco vezes mais que a hidrelética.
     Segundo o governador, uma solução é a retomada da construção da linha de transmissão de sai da usina de TucuruÃ, no Amazonas, até Boa Vista. São 700 quilômetros de obras, abandonadas desde 2011 e que, quando forem retomadas, devem demorar três anos para serem concluÃdas.
      O governador Antonio Denarium avaliou que, além de garantir a autonomia energética, a construção do chamado Linhão de Tucuruà poderia impulsionar a indústria local e gerar empregos.
     “Vamos ter a condição de atrair novos investidores e, ao mesmo tempo, dar segurança energética ao estado. Com o Linhão de TucuruÃ, teremos condições de atrair a indústria para Roraima, aumentando a produção de alimentos, a agroindústria e o beneficiamento de diversos produtos.â€
Imigração
      Na região do Linhão do Tucuruà entram cerca de 500 a 600 venezuelanos por dia em busca de abrigo e oportunidades no Brasil. Menos de 5% deles ficam em Roraima.
      De acordo com os dados oficiais, a maioria dos imigrantes que ingressa no território brasileiro busca seguir para outros estados e paÃses. A Colômbia é o local mais procurado por eles nas Américas.
      Desde 2017, 180 mil venezuelanos migraram passando por Pacaraima. Segundo os levantamentos mais recentes, desse total 5,8 mil estão em Roraima e 4,2 mil foram levados para mais 15 estados, por meio da interiorização.
*Victor Ribeiro é repórter da Rádio Nacional