sexta-feira, 19/04/2024
Banner animado
InícioGeralOpiniãoOs prefeitos e o estelionato eleitoral

Os prefeitos e o estelionato eleitoral

Banner animado

  ECONOMIA CONTRATO                      Os novos prefeitos tomaram posse pensando “naquilo”: economizar. Isso porque a  arrecadação própria e os repasses federais e estaduais para as prefeituras registraram grande queda nos últimos anos – fruto da crise econômica e política – levando muitos prefeitos a não conseguirem fechar as contas de 2016. Além das prefeituras, os governos de 14 estados vivem a crise financeira e – Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – já decretaram calamidade por não terem com que saldar seus compromissos, entre eles o salário do funcionalismo. De sua parte, o governo federal faz todos os esforços para conter as despesas e realizar reformas que minimizem o déficit incontrolável.

                O modelo de economia pública adotado pelos governos militares, que centralizou na  União a maior parte da arrecadação tributária e passou a devolver uma parte  aos estados e municípios através dos fundos de participação, teve como motivo declarado o combate à corrupção. Com o passar do tempo, no entanto, o propósito se perdeu quando estados e municípios pressionaram politicamente e se endividaram – com o aval da União – além de suas capacidades. Subsidiariamente, vimos que a União também não era imune à corrupção. O resultado é o que temos hoje: as três esferas do poder – federal, estadual e municipal – em dificuldades para cumprir seus compromissos, apesar de o país ser detentores de uma das maiores cargas tributárias do mundo.

                Durante décadas ocorreu a farra com o dinheiro público, executou-se obras desnecessárias e muitas vezes superfaturadas. Agora chegamos à dura hora de pagar a conta, mas os entes devedores não têm com que pagar. Portanto, é preciso cortar na própria carne.

                Além de eliminar despesas dispensáveis – milhares de cargos comissionados ou apadrinhados, gastos com cartões, viagens e outros – os administradores públicos precisam encontrar uma forma mais sustentável de dividir o bolo da arrecadação. Há muito tempo reclama-se que a União fica com a parte do leão e estados e municípios vivem em déficit. Considerando-se que, como já dizia Franco Montoro, todos vivemos no município (não no estado e nem na União), precisamos de uma reforma que garanta ao município a arrecadação daquilo que seja o suficiente para a prestação dos serviços as tarefas normativas e de controle, o que lhes permitiria serem infinitamente menores e menos gastadores do que atualmente.

                Apesar de todas as dificuldades, que são reais e preocupantes, os prefeitos não podem usá-las como desculpas para descumprir o que prometeram em campanha. Muitos deles só ganharam a eleição porque convenceram o eleitor de que tinham a solução para os problemas do município. Da mesma forma ocorre com os governadores e até com o presidente da República que, quando candidatos, já sabiam da crise. Agora só lhes resta a opção de trabalhar. Qualquer desculpa soaria como verdadeiro estelionato eleitoral…

 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

aspomilpm@terra.com.br    

ARTIGOS RELACIONADOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!
- Anúncio -
Banner animado

MAIS LIDAS

Comentários Recentes