Ao contrário do que diz a recente pesquisa da FGV, os estudos internacionais sobre a felicidade apontam que são os relacionamentos e não o dinheiro que aumenta o Ãndice de satisfação com a vida.Â
Imagem ilustrativa
Â
       Nos últimos anos, diversos pesquisadores têm se preocupado em desvendar as relações entre felicidade e saúde mental. Segundo o psicólogo Ed Diener, que passou os últimos 30 anos estudando a felicidade, quanto mais a pessoa se liga a valores e bens materiais, à aparência fÃsica e ao status, menor será seu Ãndice de felicidade.
Â
      Renda X felicidade
          De acordo com Carolina Marques, psicóloga, neuropsicóloga e cofundadora da Estar Saúde Mental, em paÃses como Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, na medida em que a renda aumentou, os nÃveis de felicidade diminuÃram. Apesar de o dinheiro ser um meio para satisfazer as necessidades básicas, a busca por uma renda maior pode minar a felicidade e a satisfação com a vida.
Â
“Notamos que mesmo com o aumento da renda, a felicidade não cresce na mesma proporção. Pelo contrário, hoje a depressão já é a segunda causa de afastamento do trabalho, o número de suicÃdios entre os jovens aumentou, as crianças estão apresentando precocemente transtornos psiquiátricos e o estresse já atinge 70% da população economicamente ativa no Brasilâ€, diz Carolina.
Â
As chaves para a felicidade
Os estudos sobre a felicidade ao longo dos anos têm apontado diversos fatores para aumentar a felicidade e o nÃvel de satisfação com a vida. Porém, dois são considerados a base por serem mais duradouros que os demais: vÃnculos sociais fortes e ter um propósito para se dedicar. Mas, para Carolina, ao contrário, estamos vivendo um empobrecimento das relações sociais muito preocupante, e este pode ser um fator diretamente ligado à queda dos nÃveis da felicidade. Â
Â
Ser feliz importa
 A Receita da Felicidade
Segundo o geneticista David Lykken, da Universidade de Minnesota (EUA), 50% de satisfação com a vida é genética. Mas estudos posteriores ao de Lykken mostraram que mesmo que os genes não ajudem, a felicidade pode ser cultivada e foi assim que surgiu a chamada psicologia positiva.
Â
“Mesmo que a pessoa tenha uma predisposição genética para a tristeza ou para a negatividade, é possÃvel treinar o cérebro para ser feliz e satisfeito com a vida. Além de estabelecer vÃnculos afetivos fortes com amigos e familiares, podemos colocar em prática outros comportamentos que podem nos ajudar a alcançar a felicidadeâ€, explica Carolina.
Â
Veja abaixo as 7 dicas para você ser mais feliz:
Â
- Pratique a gratidão: A gratidão aumenta nosso grau de satisfação com a vida, nos mantêm positivos e com a autoestima elevada. Isso porque ativa o sistema de recompensa do cérebro e desencadeia uma “explosão†de neurotransmissores capazes de proporcionar sensação de bem-estar, prazer e tranquilidade. É um verdadeiro antÃdoto contra as emoções negativas.
- Seja bondoso e altruÃsta: Um estudo feito pela Universidade de Stanford (EUA) mostrou que pessoas que ajudam ao próximo são mais felizes, especialmente se não contarem a ninguém e não esperarem nada em troca. Isso porque o altruÃsmo promove o desenvolvimento do senso de significado para a vida e ativa o sistema de recompensa do cérebro.
- Faça Massagem: A massagem é capaz de reduzir em até 31% os nÃveis de cortisol, segundo um estudo do Instituto de Pesquisas do Toque da Universidade de Miami (EUA). A massagem aumenta os nÃveis da serotonina e da dopamina, hormônios relacionados ao prazer e bem-estar.
- Respiração: Vivemos na era do instantâneo, do imediato e isso gera consequências no funcionamento do organismo. Uma técnica importante para acalmar o corpo e voltar ao normal depois de um evento estressante é praticar a respiração diafragmática, que ajuda a diminuir os nÃveis de cortisol restaurando o equilÃbrio do corpo e da mente.
- Medite: Uma pesquisa da Universidade da Califórnia (UCLA), em 2009, constatou que a meditação aumenta a capacidade de cultivar emoções positivas, manter-se equilibrado, reduzir o nÃvel de estresse e estimular o bom funcionamento do sistema imunológico. Também influencia nos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.
- Encontre seus pontos fortes e expresse-os: Podemos desperdiçar muito tempo tentando consertar nossas fraquezas e isso é ruim para o nÃvel de satisfação com a vida. Em vez disso, procure identificar quais são seus pontos fortes e suas melhores competências. A partir daÃ, procure sempre colocá-las em prática.
- Ache seu propósito: Já dizia Nietzsche: quem tem um “porquê†para viver pode lidar com qualquer “comoâ€. A sensação de contribuir para algo importante traz significado para a vida
Â
“Acredito que a discussão sobre a felicidade é muito importante. Essa pesquisa da FGV nos faz lembrar que o dinheiro é importante, porém, a felicidade é um fenômeno predominantemente subjetivo, estando subordinada mais a traços de temperamento e postura perante a vida do que à  renda. Temos outros pontos mais relevantes que precisamos prestar atenção se realmente desejamos ser felizes e satisfeitos com a vida. Como vimos nas pesquisas globais sobre o assunto, a felicidade não está nos bens materiais, e sim nas relações sociais e nos pequenos detalhes do nosso dia a dia. Cabe a nós despertarmos a tempo e dar valor ao que realmente importaâ€, conclui Carolina.Â
Para mais informações, contatar:
Leda Sangiorgio
Assessoria de Imprensa