quinta-feira, 28/03/2024
Banner animado
InícioNotíciasJustiça e VocêRevelação de grampo coloca mais um governador de MT sob suspeita

Revelação de grampo coloca mais um governador de MT sob suspeita

Banner animado

Os últimos três governadores do Estado tiveram as gestões marcadas por acusações

PABLO RODRIGO / Da FOLHA  
GRAMPOS ILEGAISDivulgação

             As suspeitas de que o governador Pedro Taques (PSDB) tenha se beneficiado de caixa dois na eleição de 2014 e de supostas interceptações telefônicas clandestinas para monitorar rivais colocam mais uma vez um ocupante do Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso, nos holofotes de investigações.

                   Os últimos três governadores do Estado tiveram as gestões marcadas por acusações. O penúltimo, Silval Barbosa (2010-2014), do PMDB, ficou detido por um ano e oito meses pela Operação Sodoma e, desde a última terça (13), cumpre prisão domiciliar.

 Taques foi eleito ainda no primeiro turno, ancorado na carreira de procurador da República. Em maio de 2016, viu o Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de Mato Grosso, deflagrar a Operação Rêmora, contra fraudes em processos licitatórios na Secretaria da Educação.

 As investigações apontaram que o suposto esquema começou em 2015 e envolvia ao menos 23 obras em escolas, com valores totais que ultrapassam R$ 56 milhões.

 Segundo depoimento do empresário Alan Malouf, preso em dezembro, o objetivo era quitar dívidas não declaradas da campanha de 2014. Malouf tenta firmar acordo de delação premiada, mas tem encontrado resistência.

 No mês passado, Taques foi atingido pela revelação da existência de uma central clandestina de interceptações telefônicas dentro do comando da Polícia Militar.

 Telefones de uma deputada da oposição –Janaina Riva (PMDB)– e de ex-vereador, desembargador aposentado, assessor de desembargador, assessor da vice-governadoria, advogados, jornalistas e servidores foram inseridos ilegalmente num pedido de quebra de sigilo para investigar traficantes no Estado.

 O sistema teria operado entre 2014 e 2015. O promotor Mauro Zaque, que era secretário da Segurança Pública, descobriu o esquema e levou o caso ao governador, exigindo a demissão dos envolvidos.

 Mas, de acordo com ele, Taques não os demitiu e, por isso, Zaque deixou o cargo. O caso é apurado pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

 OUTROS CASOS

 Antes de Taques, outros dois ex-governadores se viram em meio a denúncias. Silval Barbosa (PMDB) foi preso em setembro de 2015 na Operação Sodoma, que investiga esquema de cobrança de propina para beneficiar empresas no programa de incentivos fiscais do Estado, com o objetivo de financiar e pagar dívidas de campanha.

 Seu antecessor, Blairo Maggi (PP), atual ministro da Agricultura, é acusado de ter participado de esquema de compra de vagas no Tribunal de Contas, em 2008.

 Recentemente, Maggi viu seu nome ser envolvido na Lava Jato. Depoimentos de dois ex-executivos da Odebrecht resultaram na abertura de inquérito para apurar possível cobrança de propina para a sua candidatura ao governo de Mato Grosso em 2006.

 Taques e Maggi negam envolvimento com as supostas irregularidades, enquanto Silval, segundo sua defesa, optou por fazer confissões pontuais –que levaram à sua libertação e à fixação de multa de R$ 46,6 milhões aos cofres públicos.

 OUTRO LADO

 Por meio de sua assessoria, o governador Pedro Taques (PSDB) classifica os grampos dentro do comando da PM como graves e diz que solicitou apuração por meio da Secretaria da Segurança Pública.

 Ele também afirma que as acusações do empresário Alan Malouf são “absurdas e levianas” e que suas contas referentes à campanha eleitoral de 2014 foram aprovadas.

 O advogado de Silval Barbosa, Délio Lins e Silva Junior, diz que seu cliente “assumiu uma nova postura defensiva e optou apenas por fazer confissões pontuais acerca de determinados temas”.

 Silval admitiu à Justiça o recebimento de propinas por secretários pela manutenção de contratos e por desapropriações de terrenos, além de doações ilegais para campanhas eleitorais de seus aliados. Ele prestará depoimentos a partir de 5 de julho.

 Também por meio de nota, Blairo Maggi disse que o processo contra ele foi arquivado em maio do ano passado pelo STF. Porém, novas denúncias foram apresentadas à PGR e estão sob sigilo.

 Já sobre a suposta compra de vagas no TCE, Maggi nega participação.

ARTIGOS RELACIONADOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!
- Anúncio -
Banner animado

MAIS LIDAS

Comentários Recentes