
Fernando Cardore avalia que Governo Federal precisa garantir segurança jurídica, licenciamento ambiental e crédito para categoria
ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) de Mato Grosso, Fernando Cardore, avalia que o Governo Federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem enviado sinais o suficiente para deixar os produtores rurais seguros para produzir.
“É natural que o produtor ainda tenha um receio, e não é político. Imagina se você tem o receio de perder a sua casa. O governo precisa sinalizar que vai fazer política e trazer o produtor rural, que é a base da economia do país, para o lado dele. Para isso, ele precisa sinalizar segurança jurídica, licenciamento ambiental, crédito”, diz.
Cardore explica que o produtor rural é naturalmente uma pessoa conservadora e que Lula não mandou os sinais de incluir a categoria no seu governo. Nas eleições, a categoria apoiou, financiou e votou no adversário do petista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente da Aprosoja critica o apoio de algumas pautas de Lula e do Governo Federal, como a falta de críticas as invasões do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e a política de desarmamento, que dão mensagens contrárias para o setor.
“O direito a propriedade precisa imperar. Como ele vai produzir se não tiver a garantia de sua propriedade? Nós não vimos na política do governo recriminando as invasões”, pontua. “A política do desarmamento é complicadíssima para o produtor. É difícil a segurança urbana, o nosso efetivo não tem condição de fazer a segurança urbana, quanto mais o estado de leste a oeste, norte e sul, tem mais de mil quilômetros de distância”.
Cardole diz acreditar que as posições do governo devem se sobrepor aos pessoais e que, apesar do apoio do setor ter apoiado o ex-presidente Bolsonaro, a Aprosoja tem saído dos embates políticos para avançar nas discussões para a categoria.
“Precisamos avançar e, de todas as partes, não olhar no retrovisor em prol do nosso país”, conclui.






