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Governo propõe painel sensorial para classificar azeite no Brasil

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azeite de oliva - rio grande do sul - ibraoliva

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) promoveu uma reunião técnica no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA-RS) com representantes de instituições e associações. O objetivo foi estimular a criação de novos painéis sensoriais para classificar os diferentes tipos de azeite disponíveis no país.

Essa iniciativa visa melhorar a qualidade do azeite comercializado, considerando que o Brasil é o segundo maior importador mundial de azeite de oliva.

A análise sensorial, conforme estabelecido pela Instrução Normativa nº 01/2012, é o único método para determinar se um azeite é verdadeiramente extravirgem ou não.

Essa ação complementa as análises laboratoriais físico-químicas para confirmar a identidade e a qualidade do produto.

Segundo Hugo Caruso, diretor do Departamento de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, atualmente, quando o painel sensorial do LFDA-RS identifica uma não conformidade no produto, não há outro painel no Brasil para realizar uma análise comprobatória. Isso obriga o importador a enviar o azeite para análise na Argentina ou no Uruguai.

É necessário proporcionar condições para que o importador faça análises em painéis nacionais, resultando em agilidade no processo, avanços na fiscalização por parte do Mapa e garantia para o consumidor de que o produto corresponde às informações do rótulo.

Um painel sensorial consiste em um grupo de 8 a 12 pessoas treinadas para provar o azeite de oliva e identificar seus aromas e sabores, classificando-o como virgem, extravirgem ou lampante.

Os atributos sensoriais, como aromas frutados, amargor e picância, são avaliados em uma escala de intensidade de 0 a 10.

Além dos atributos positivos, há também aspectos negativos, como aroma e sabor ácidos, rançosos, fermentados ou mofados.

As amostras de azeite são avaliadas às cegas em copos de vidro azuis, e cada avaliador registra os atributos sensoriais positivos e negativos, bem como suas intensidades.

O chefe do painel avalia os resultados e emite um certificado com a classificação do produto de acordo com a legislação brasileira.

Atualmente, o painel de análise sensorial dos azeites virgens do LFDA-RS conta com 20 avaliadores treinados e é o único no Brasil reconhecido pelo Conselho Oleícola Internacional (COI) para realizar essa técnica de classificação.

Além disso, durante o encontro, também foi discutido o desenvolvimento de um método sensorial para análise de café torrado.

O Mapa pretende aproveitar as experiências do setor privado nessa área para criar uma metodologia no laboratório federal de defesa agropecuária, seguindo critérios semelhantes aos do azeite. A meta é estabelecer em breve um painel sensorial oficial para análise de café torrado.

Desde 1º de janeiro de 2023, estão em vigor os padrões de classificação para o café torrado no Brasil, estabelecidos pelo Mapa.

A definição de um padrão oficial e a futura implementação do painel sensorial visam garantir a qualidade do café torrado para todos os tipos de café.

Atualmente, os consumidores se baseiam na qualidade expressa na embalagem ou na fidelidade a uma marca, criando expectativas positivas sobre o café que pretendem consumir.