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           Vinte e duas das 27 unidades federativas – Estados e Distrito Federal – estão com sinal vermelho nos gastos com funcionalismo público. Toda vez que o total da folha ultrapassa 44,1% da receita, o Tribunal de Contas emite um alerta e solicita providências reenquadradoras, que podem ser o aumento da receita ou o corte das despesas. Quatro estados – Mato Grosso, Tocantins, Rio Grande do Norte e Alagoas – já romperam a barreira dos 49% da receita lÃquida e por isso estão sujeitos à s penalidades estabelecidas na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
          Os demais estão a caminho disso e poderão chegar ao extremo, pois as previsões de arrecadação são nada animadoras. A lei dá prazo de dois quadrimestres para o retorno à normalidade. Depois disso, os que não reequilibrarem receita e despesas com funcionalismo, sofrerão punições automáticas como a suspensão das transferências voluntárias de recursos, proibição de operações de crédito e a vedação da criação de cargos, concessão de reajuste e outras medidas administrativas que provoquem aumento de despesas.
         Os governantes que não solucionarem o problema ficarão sujeitos até a penas de reclusão. Feita para moralizar a administração pública, a LRF tem evitado muitos exageros por parte dos administradores. Ano passado pegou até a presidente da República que, para fugir à improbidade, recorreu à s “pedaladas fiscaisâ€, mas continua com problemas e lutando pelo estabelecimento de ajustes.
           Existem também muitos prefeitos preocupados com o sinal vermelho na relação entre a arrecadação e o peso da folha de pessoal em seus municÃpios. Parece termos chegado a um momento de ruptura. Com a arrecadação em queda, fruto do desaquecimento da economia, o poder público terá que, finalmente, conter seus gastos para seus governantes não correrem o risco de, até, bateram com os costados na cadeia. Até agora ninguém falou em diminuir despesas.          Â
                  Especialmente nos milhares cargos de confiança que, mais do que confiança, são moedas de troca polÃtico-eleitoral. Tanto o governo federal quando os estaduais e os municipais possuem milhares de postos preenchidos sem concurso, por indicação polÃtica. Talvez essa seja a hora de rever essa prática danosa ao erário.
              Já que existe todo um funcionalismo concursado para executar as funções públicas, os governantes não deveriam ser autorizados a contratar centenas, milhares de “temporários†para executarem as mesmas funções e, muito menos para saldar divida de campanha, ou pior ainda, em troca de votos no Legislativo. Só a demissão dessa gente – que não tem estabilidade – recolocaria União, Estados e municÃpios dentro dos parâmetros da LRF, sem o mÃnimo esforço. É preciso mudar as práticas…
*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)







