Presidente da Aprosoja Brasil avalia que, atualmente, o preço pago pelo grão está se normalizando, mas custos de produção seguem altos
POR VICTOR FAVERIN, DE SÃO PAULO
Quem fez altos investimentos na soja está sofrendo, diz Galvan
O Brasil vive uma turbulência nos custos de produção da soja e do milho há, pelo menos, três ciclos. Essa é a avaliação do presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan.
“Nesta safra, quem comprou os produtos cedo e deixou para pagar com a produção e não fez a venda desse produto, tem apurado um prejuízo muito grande porque o custo de produção foi muito alto e o preço de mercado [da soja], por mais que tenha começado a melhorar, grande parte da safra brasileira já foi vendida por preços ruins, aviltantes”, considera.
De acordo com ele, a safra 2023/24 não deve ter aumento de área plantada. Atualmente, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja é semeada em, aproximadamente, 44 milhões de hectares.
“Esperamos que não tenha aumento de área devido ao custo relacionado com a venda. No entanto, o mercado hoje está oscilando bastante. Estamos vendo ele subindo por problemas climáticos norte-americanos”.
Segundo Galvan, por conta desse cenário, os custos de produção atualmente estão sendo cobertos pela venda. “Mas para quem tem investimentos altos, ainda fica a desejar”.