quinta-feira, 21/11/2024
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Esquerda judaica manda recado para esquerda brasileira: ‘Não apague a nossa humanidade’

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O movimento Judeus pela Democracia lançou um manifesto na noite de quarta-feira (11), criticando a maneira como a esquerda brasileira tem abordado o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O manifesto destaca que o ataque contra Israel, ocorrido no sábado (7), “não pode ser justificado como uma luta pela liberdade do povo palestino ou por justiça social”.

“O Hamas não é um grupo de luta por liberdade. São criminosos que mataram, sequestraram, estupraram e violaram, não pelo justo direito do povo palestino à sua autodeterminação, mas por ódio”, diz a nota. “A única reação possível deveria ser a rejeição da barbárie, do assassinato em massa, do extremismo religioso”.

O manifesto ressalta que “o massacre de sábado é a repetição do que tantas vezes se viu contra o povo judeu ao longo da história”, e que “não existe justificativa política ou humana para isso”.

Leia a carta na íntegra:

Aos progressistas brasileiros como nós. Aqueles que se consideram militantes dos direitos humanos e da justiça social. Aqueles que dedicam a sua vida na luta por um mundo mais justo e igual. Por favor entendam: o que vocês testemunharam no sábado não teve a ver com a liberdade ao povo palestino ou com justiça.

O MASSACRE de sábado é a repetição do que tantas vezes se viu contra o povo judeu ao longo da história. O que foi visto foi uma ação coordenada e deliberada buscando o extermínio de judeus. Não existe justificativa política ou humana para isso.

Pular o período de luto e pesar diretamente para o debate da opressão do povo palestino é jogar o jogo do Hamas. O Hamas quer que a carnificina perpetrada seja racionalizada, justificada. Querem que os crimes cometidos sejam ignorados.

Não basta começar com “foi lamentável, MAS…” e discorrer sobre relações históricas, ação e reação, culpabilizar a vítima. Isso não deixa de ser uma relativização e pior, uma negligência ao assassinato de 1200 civis.

Vocês precisam respirar um momento. Colocar-se no lugar dos milhões de judeus, vítimas diretas e indiretas, em choque e luto.

O Hamas não é um grupo de luta por liberdade. São criminosos que mataram, sequestraram, estupraram e violaram, não pelo justo direito do povo palestino à sua autodeterminação, mas por ódio. Ser a favor da causa palestina não pode te fechar os olhos aos sofrimento de outros.

A única reação possível deveria ser a rejeição da barbárie, do assassinato em massa, do extremismo religioso. Não foi uma resposta a nada. É um curso de ação, um plano, explicitamente defendido pelo grupo desde a sua criação.

Não se trata de fechar os olhos ao sofrimento do povo palestino. Mas é momento para você, brasileiro progressista, exercitar a sua EMPATIA também com o povo judeu. Não apague a nossa humanidade, o nosso sofrimento.

Fazer isso jogará, ainda mais, a situação no colo dos que querem a guerra, a destruição e a perpetuação do medo.

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