Caminhões carregados de grãos precisam se equilibrar para passar por cima da ponte que está em péssimas condições e não há previsão de obra de melhorias
A falta de reparos na MT-140 no município de Planalto da Serra, em Mato Grosso, tem chamado atenção de quem passa por ela. Caminhões carregados de grãos se equilibram em cima de uma ponte de madeira em péssimas condições, que pode ruir a qualquer momento.
Segundo os motoristas que pela ponte passam, colocar a vida em risco ao passar por ali, não chega a ser uma escolha, mas sim, uma falta de opção tendo em vista que as obras da ponte de concreto estão paradas. A falta de manutenção na via é o tema do Patrulheiro Agro desta semana.
O caminhoneiro Jefferson Campos comenta que passar pela ponte não é para amador e que vive isso no cotidiano de três a quatro vezes por semana. E que os caminhões, que por ela passam, costumam estar carregados com 74 mil quilos de grãos.
“Cada dia está pior. A gente vem porque tem que trabalhar, não pode parar, o grão tem que ir e tem que vir. A ponte balança toda e qualquer hora vai para o chão. Até com um carro pequeno pode acontecer uma grande tragédia”, pontua.
Ele ainda comenta que há uns dias atrás, um engarrafamento o fez passar pela sensação de cair a qualquer momento.
A ponte tem aproximadamente 50 metros de comprimento e encontra-se desgastada. Algumas pranchas usadas na estrutura estão soltas e outras podres, colocando em risco vidas e toda a produção que passa em cima dela.
O agricultor Rafael Giacomelli depende da ponte para transportar os grãos que produz na região. Segundo ele, a Geoserv responsável pela ponte, não estava de acordo com o projeto da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT).
“O projeto real, apesar do que eles começaram a montar, diz que podia montar e que o projeto iria ser readequado, mas por final a Sinfra acabou embargando a obra e eles acabaram não querendo prosseguir com os ajustes e acabaram saindo daqui e abandonando a obra”, frisa.
O Rogério Correia também é produtor na região e tem uma área de três mil hectares de pasto com um rebanho de duas mil cabeças de gado. No local ele também deve plantar mil hectares de soja nesta safra.
“O governo já sabe e o pessoal de Mato Grosso, também, que essa MT-140 é uma realidade. Ela está ligando o norte ao sul. O pessoal desce de Sorriso, Sinop, Nova Ubiratã, Lucas, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, aqui virou o corredor. Então, o governo tem que dar prioridade, chamar para si a responsabilidade dessa ponte, não esperar esse imbróglio jurídico terminar”, frisa.
Em nota, a Sinfra-MT informa que está rescindindo o contrato com a empresa responsável pela construção da ponte, já que a mesma não tem cumprido o cronograma de execução da obra. Ainda de acordo com a secretaria, dentro de 30 a 40 dias, a empresa que foi a segunda colocada na licitação receberá autorização para dar sequência à obra de finalização da ponte. Já sobre a ponte de madeira, por enquanto ainda não há previsão de obra de melhorias.
Fonte:CanalRural