Região também está ficando sem sacos de cadáveres devido ao cerco imposto por Israel
Camila Stucaluc / SBTNews
As equipes de saúde na Faixa de Gaza informaram, no domingo (15.out), que estão precisando armazenar os corpos dos palestinos mortos em caminhões refrigerados de sorvete. A alternativa acontece em meio à superlotação nos necrotérios e cemitérios locais, que estão sem espaço devido aos bombardeamentos constantes de Israel.
“O necrotério do hospital só pode receber 10 corpos, por isso, trouxemos freezers das fábricas de sorvete para armazenar o grande número de mártires”, disse o Dr. Yasser Ali, do hospital Shuhada Al-Aqsa, à Reuters. “A Faixa de Gaza está em crise e se a guerra continuar desta forma não conseguiremos enterrar os mortos”, acrescentou.
Além da falta de espaço, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) informou que a Faixa de Gaza está quase ficando sem sacos de cadáveres, fazendo com que muitos corpos estejam sendo enterrados em valas comuns. A região também está quase desabastecida de água e energia.
“O cerco deve ser suspenso e as agências de ajuda devem ser capazes de trazer com segurança suprimentos essenciais, como combustível, água, alimentos e remédios. Precisamos disso agora antes que seja tarde demais. A UNRWA deve ser capaz de fazer o seu trabalho e salvar vidas. E devemos fazê-lo com segurança, sem arriscar nossas próprias vidas”, disse a entidade, apelando pelo fim dos bombardeios no local.
A guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas está se intensificando rapidamente, sobretudo na Faixa de Gaza – onde a organização fundamentalista é dominante. Até o momento, 2,6 mil pessoas foram mortas na região, sendo o conflito mais mortal da história. De ambos os lados da fronteira, os óbitos passam de 3,8 mil.
A situação deve se agravar nos próximos dias, uma vez que o exército isralense está se preparando para iniciar uma ofensiva terrestre no norte da Faixa de Gaza. Os militares dizem ter informações de que há integrantes do Hamas escondidos em túneis. O objetivo é acabar com o grupo, que, no último dia 7, lançou um ataque terrorista contra Israel.