Cattani ainda classificou o trabalho de fiscalização da Sema e dos policiais que acompanharam o caso como terrorismo.
- Da Redação
Os deputados estaduais Gilberto Cattani e Sebastião Resende usaram a tribuna na sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (13.12) para fazer a defesa de um produtor de 54 anos, suspeito de praticar crime ambiental em uma fazenda em Colniza, que foi preso por destruir duas caminhonetes da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT).
Além do discurso de defesa, o deputado Gilberto Cattani apresentou requerimento cobrando informações da Sema sobre a ação de fiscalização realizada na fazenda. “Tudo mostra que ele tinha no mínimo de dizer se fez ou não. A Sema tem todo direito de acusá-lo e ele de se defender. Mas não podemos mais aceitar esse tipo de arbitrariedade”, afirmou o deputado.
Cattani ainda classificou o trabalho de fiscalização da Sema e dos policiais que acompanharam o caso como terrorismo. “São cidadãos mato-grossenses que estão aí sofrendo terrorismo que não pode acontecer. Obviamente existem pessoas, sim, que cometem crimes ambientais, nós precisamos puni-los, sempre isso fica claro aqui, mas temos que ter coerência quando agimos”.
O deputado Sebastião Resende também se manifestou sobre as fiscalizações da Secretaria e assinou o requerimento. “Eu sei o quanto sofre o produtor da região de Colniza. E sei o quanto Colniza tem trabalhado nessa região para poder se desenvolver”.
Representante dos servidores da segurança pública, o deputado Elizeu Nascimento fez a defesa dos policiais que prenderam o produtor. “Ali colocou em risco a vida dos profissionais e colocou em risco também a vida do produtor e seus familiares. Já imaginou se aquele produtor vai pra cima de um policial armado com aquela picareta? Infelizmente nós estaríamos aqui discutindo outro tema. Quem foi o errado? O policial? Ia sobrar pra quem?”, questionou o parlamentar.
Fiscalização por desmatamento
De acordo com a Polícia Militar, a equipe da Sema estava na propriedade para fiscalizar uma suspeita de desmatamento que foi identificado na região, inclusive em Áreas de Preservação Permanente (APP).
Ao chegarem no local, o homem se apresentou como proprietário da fazenda e, a princípio, colaborou com a fiscalização.
Pouco tempo depois a equipe flagrou um trator esteira derrubando arbustos e demais vegetações. Diante do flagrante, um dos agentes questionou o fazendeiro sobre a autorização para a ação e o homem respondeu que não tinha.
Segundo a polícia, o agente pediu que o maquinário fosse levado para a sede da fazenda, onde seria decidido pela apreensão ou remoção. Ao perceber que a máquina seria levada, o homem começou a gritar com os agentes, dizendo que o equipamento não sairia do local.
Em seguida, o suspeito entrou em um trator e dirigiu em direção à viatura. O proprietário só freou quando parte da máquina já estava em cima do veículo.
Após descer do maquinário, o investigado pegou uma ferramenta de ferro e golpeou as duas caminhonetes da Sema que estavam no local, amassando a lataria e quebrando lanternas e janelas.
Nas imagens é possível ver que a equipe policial e o filho do fazendeiro tentam acalmá-lo, mas não obtiveram sucesso.
Depois de algemado, o fazendeiro ameaçou usar armas de fogo que possuía em casa para impedir a prisão e ainda proferiu ofensas de cunho racista contra um dos servidores, informou a polícia.
