Maranhense foi linchado e levou socos e chutes no meio da rua na Grande Cuiabá. Em sua ficha, porém, não consta nenhuma acusação de estupro
                           O maranhense Roberto LuÃs dos Santos, de 57 anos, que se mudou para Mato Grosso em busca de emprego, foi espancado por populares em um bairro de periferia em Várzea Grande (MT), na Grande Cuiabá, após ser confundido com um estuprador, no domingo (2). Quando ele passava pela rua Argentina do bairro Jardim Imperial II, um homem o xingou de estuprador, gritando alto, como informa a PolÃcia Militar. Porém, em sua ficha não consta acusação de estupro. Em pouco tempo, a vÃtima foi cercada e espancada a chutes, socos e pontapés. Quando a PM chegou, encontrou-o desfalecido. Encaminhado ao Pronto-Socorro, morreu no box de emergência, não resistindo aos ferimentos.
          O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para passar pelo exame de necropsia. A Delegacia de HomicÃdios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá vai investigar o crime.
A migração do Maranhão para o Mato Grosso em busca de emprego é comum e está associada a casos de trabalho escravo.
        Há quatro dias, um homem, igualmente inocente, foi amarrado e agredido no Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro. Por pouco ele não morreu. No caso de Carlos Santos, de 40 anos, uma mulher foi quem gritou, quando ele passou, o xingando de assaltante.
A população amarrou pés e mãos dele, iniciando a sessão de espancamento. Ele foi salvo pelo Corpo de Bombeiros e levado ao hospital.
Em São LuÃs do Maranhão, dia 5 de julho, outro caso parecido foi registrado pela PolÃcia Militar. Um acusado de assalto foi amarrado a um poste e espancado até a morte por um grupo de pessoas.
Estado omisso
         “Passou da hora do Estado tolerar esse tipo de atitudeâ€, condena Denize Amorim, do Conselho Estadual de Direitos Humanos de Mato Grosso. “Mais que várias discussões, o que está em jogo é a tolerância inclusive aos meios de comunicação de massa que exibem programas incitando também tais atitudes. Precisamos de reações de toda rede de Justiça para conter a barbárieâ€. Segundo ela, nem mesmo em redes sociais poderia ser permitida a conivência com este tipo de violência.