Operação Tempus Veritatis também tem como alvos aliados e ex-ministros de Bolsonaro
Paulo Moura
Além de mirar em aliados e ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, teve como alvo o próprio ex-chefe do Executivo. De acordo com o colunista Igor Gadelha, do site Metrópoles, a corporação foi até a casa de veraneio de Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e pediu que ele entregue o passaporte.
Ao veículo, o próprio Bolsonaro confirmou que recebeu os policiais e também a ordem de que terá 24 horas para entregar o documento, que está guardado em Brasília. O ex-presidente disse ainda que foi alvo de uma medida cautelar restritiva que o proíbe de ter contato com outros investigados pela operação, mesmo que seja por meio de advogados.
Por fim, Bolsonaro relatou que os policiais cumpriram, em sua casa, um mandado de busca e apreensão contra Tércio Arnaud, assessor do ex-presidente que o acompanha em Angra. Segundo o ex-chefe do Executivo, os agentes apreenderam o celular de Tércio.
SOBRE A OPERAÇÃO
Batizada de Tempus Veritatis, a ação teria como objetivo, segundo a PF, apurar a existência de uma suposta organização que atuou na tentativa de obter vantagem de natureza política com a manutenção de Bolsonaro no poder.
Ao todo, estão sendo cumpridos nesta quinta 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
São alvos da ação os ex-ministros da Justiça Anderson Torres; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, o candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, general Walter Braga Netto; o ex-ministro da Defesa Sérgio Nogueira; e, segundo a CNN Brasil, até o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto.
Já entre os presos estão o ex-assessor da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, e o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.