Ex-secretária é apontada como líder de um esquema que teria fraudado convênios na secretária de Assistência Social do Estado

LAICE SOUZA/blogdoantero

                       O desembargador Rondon Bassil Dower Filho manteve a prisão preventiva da ex-primeira dama do Estado Roseli Barbosa, que é acusada de receber propina na ordem de 40% do valor de contratos firmados com a Secretaria de Estado de Assistência Social, quando comandava a pasta. A decisão é em sede de liminar e o mérito do habeas corpus ainda será analisado pelos membros da Primeira Câmara Criminal.
                           De acordo com a decisão judicial, que foi proferida na noite desta segunda-feira (24), o desembargador entendeu pela necessidade de que Roseli, que é apontada como chefe do esquema que teria fraudado convênios, permanecesse presa.

                       “(…) Me parece suficiente, ao menos, em sede de liminar, a motivação para o decreto fundado no abalo à ordem pública, na medida, em que, os delitos apurados ocorreram em órgão público estadual, destinado à assistência ao trabalho e assistência social, não se limitando, a paciente, à conduta omissiva, mas, também, participando comissivamente do desvio dos recursos financeiros e, efetivamente, se locupletando com o lucro advindo da ilícita conduta, existindo até prova de que, inclusive, a paciente, exigiu para que se viabilizasse a aplicação dos recursos contrariamente à lei, que a parte lhe cabia, ou seja os 40%, lhe fossem garantidos”, conforme trecho extraído da decisão judicial.

                      O desembargador ainda destacou que nos autos há evidência suficientes de autoria, já que a ex-secretária autorizava o pagamento a um instituto sem fins lucrativos e de fachada, que pertencia ao empresário Paulo Cesar Lemes, que é o delator do esquema.

                      Roseli Barbosa está presa desde o dia 20 de agosto. Ela foi detida em São Paulo pelos integrantes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). A decisão que determinou a prisão de Roseli é da juíza Selma Arruda, da Vara Especializada contra o Crime Organizado de Cuiabá.

                        Além de Roseli, foram presos o ex-chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio Correa e o ex-assessor da secretaria Rodrigo de Marchi. O desembargador também negou o habeas corpus dos ex-servidores.