O furacão de categoria 4 tocou o solo no sudeste do Caribe nesta segunda-feira (1º)
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi
O primeiro grande furacão desta temporada já é histórico. Segundo o Centro Nacional de Furacões (CNH) dos Estados Unidos, o Beryl é o maior já registrado nessa época do ano. Ele tocou o solo no sudeste do Caribe, na ilha de Carriacou, em Granada, nesta segunda-feira (1º).
De tempestade tropical para furacão de nível 4 em poucas horas
A previsão é de que além de Barbados, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Granada, o furacão deve atingir também Dominica e as ilhas de Martinica e Tobago. Além disso, pode alcançar a costa sudeste do México. No entanto, deve perder força e regredir para categoria 2 até a sexta-feira (5).
O Beryl começou a se formar na última semana como uma instabilidade. No dia 28 de junho, ele ganhou força, se transformando em uma tempestade tropical, com ventos de 56 km/h. Dois dias depois, passou a ser classificado como um furacão de categoria 3. Em poucas horas, foi elevado para o nível 4, com alerta de extremo perigo e ventos de até 240 km/h.
Ou seja, ele passou de tempestade tropical para um grande furacão em menos de 48 horas, algo muito raro de acontecer. Além disso, esta é a primeira vez na história que um furacão de categoria 4 atinge essa região no mês de junho.
Segundo o National Hurricane Center (NHC), uma tempestade tão poderosa no início da temporada de furacões, que vai do início de junho ao final de novembro no Atlântico, é extremamente rara. Uma das explicações para o fenômeno são os oceanos mais quentes. A temperaturas das águas na região está até 3°C acima da média, reflexo direto das mudanças climáticas.
De acordo com um especialista ouvido pelo G1, quanto mais quente a água, mais combustível para que tempestades ganhem força e de forma rápida, exatamente como aconteceu com o Beryl.
A temperatura do oceano é extremamente importante para definir a intensidade de um furacão. A temperatura do oceano que vai alimentando e quanto mais quente o oceano tiver mais combustível ele dá para o furacão, o que faz com que ele seja cada vez mais intenso.Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo
Temporada de furacões “acima do normal”
- De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há 85% de chance de uma temporada de furacões “acima do normal”.
- Neste cenário, a expectativa é que sejam registradas entre 17 a 25 tempestades com ventos de pelo menos 39 quilômetros por hora, além de oito a 13 furacões.
- O mais grave é a previsão de quatro a sete grandes furacões, com capacidade de destruição expressiva.
- Para efeito de comparação, houve uma média de 14,4 tempestades, 7,2 furacões e 3,2 grandes furacões por temporada entre 1991 e 2020.