por CLÊNIA GORETH
O projeto “Águas do Lira – Seja Amigo das Nascentes”, desenvolvido pelo Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso), a 394 km de Cuiabá), foi contemplado com recursos na ordem de R$ 283 mil, oriundos de acordos celebrados pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da 1ª Promotoria de Justiça Cível do município. A iniciativa, cadastrada no Banco de Projetos e Entidades (Bapre) do MPMT, busca assegurar a revitalização das nascentes do Rio Lira, por meio da recuperação das matas ciliares e a promoção da educação ambiental.
Com 58,33 km de extensão, o Rio Lira possui ao todo 106 nascentes que contribuem para a sua existência e 60 delas precisam ser restauradas. Atualmente, quatro nascentes estão em processo de revitalização pela equipe do CAT Sorriso, em parceria com produtores, instituições e empresas parceiras. A partir de agora, com a ajuda do Ministério Público, outras quatro nascentes deverão ser contempladas com o processo de revitalização.
Na sexta-feira (12), a promotora de Justiça Carina Sfredo Dalmolin esteve no viveiro “Cultivando Vida Sustentável” no Instituto Federal Mato Grosso – Campus Sorriso, unidade onde estão sendo produzidas as mudas de espécies nativas que serão plantadas nas áreas de restauro das nascentes. Além de conhecer as instalações, a promotora de Justiça acompanhou o andamento do projeto, observando como está a produção das mudas e conhecendo de perto todo trabalho desempenhado pela equipe de professores e alunos da instituição de ensino.
“Eu tive a oportunidade de conhecer o projeto no ano passado e desde o início já fiquei encantada pela iniciativa, que visa a recuperação das nascentes do Rio Lira, um rio que é de suma importância aqui para o nosso município. Ao visitar o viveiro do IFMT fiquei ainda mais impressionada com o projeto, porque além de proporcionar o resultado final, que será a recuperação das nascentes, durante todo processo, está proporcionando também a educação ambiental, envolvendo os alunos do IFMT”, destacou a promotora de Justiça.
Segundo ela, o Ministério Público pretende continuar apoiando a iniciativa. “O projeto foi cadastrado inicialmente com o valor que atinge quase três milhões e nós pretendemos continuar destinando os recursos e esperamos conseguir concluir toda a destinação do projeto para que ele seja finalizado”, afirmou.
A coordenadora do CAT, Cristina Delicato disse que o projeto “Águas do Lira” ganhou impulso significativo com o aporte financeiro do Ministério Público. Destacou ainda a importância da adequação do viveiro do IFMT, que não apenas vai produzir as mudas necessárias, mas também servirá como palco de educação ambiental.
“Aqui tanto os estudantes do IFMT, como produtores rurais e demais interessados, poderão conhecer como é o processo de produção das mudas. Então o projeto vai além da recuperação das nascentes, estamos envolvendo toda a comunidade, levando aprendizado às crianças, aos produtores rurais, oportunizando que essa prática de plantio, a prática de produção de mudas, seja amplamente disseminada para toda a população”.
O professor do IFMT, Everton, Almeida, comentou sobre a importância dessa visita do Ministério Público para conhecer o viveiro e ver o trabalho de perto. “Estamos muito satisfeitos com o apoio do Ministério Público e, especialmente com a visita da promotora ao viveiro, pra conhecer o nosso trabalho que está se iniciando. É extremamente importante, porque esse projeto só foi possível com essa ajuda do Ministério Público, que destinou recursos para essa ação de caráter ambiental. Então essa visita serve para que o Ministério Público possa ver nossa rotina de trabalho e ter a confirmação de que os recursos estão sendo bem utilizados”.
Educação ambiental – O professor Everton Almeida falou que no local além da produção de mudas para atender o projeto de recuperação das nascentes, o espaço também funciona como uma sala de aula. A rotina dos professores e alunos no viveiro, além da produção das mudas em tubetes, adubação e irrigação, é também fazer o acompanhamento das mudas para ver se ocorre algum problema, como monitoramento de pragas e doenças, fazendo o raleamento, retirando aquela que está em excesso para dar mais espaço para que se desenvolvam corretamente. Entre as espécies produzidas estão: Copaíba, Gonçaleiro, Jatobá, Mogno, Paricá e Xixá.
A expectativa, segundo o professor, é produzir cerca de 20 mil mudas anualmente no viveiro. E a partir de novembro as mudas já estarão prontas para o plantio nas áreas de restauro das nascentes. (Com Tâmara Figueiredo – Assessora do CAT Sorriso)