Voos foram atrasados, além de problemas com serviços bancários e de comunicação foram constatados
Por Rodrigo Mozelli, editado por Ana Luiza Figueiredo
Um apagão cibernético detectado na madrugada (no Brasil) desta sexta-feira, 19 de julho, provocou um verdadeiro caos global, afetando diversos setores importantes, como aviação, bancos e comunicações.
O incidente causou a interrupção de centenas de voos em várias partes do mundo, deixando passageiros sem respostas e aeroportos em estado de confusão. Além disso, bancos enfrentaram problemas significativos em suas operações, impedindo transações financeiras e causando preocupação entre os clientes.
A falha também impactou seriamente as comunicações globais, tanto no âmbito pessoal quanto corporativo. Empresas enfrentaram dificuldades para se comunicar internamente e com seus clientes, resultando em perdas financeiras e operacionais.
A interrupção dos serviços de comunicação também afetou serviços de emergência, dificultando a coordenação de respostas a crises em diversas regiões.
O apagão afetou usuários da Microsoft, que tiveram problemas para acessar serviços e aplicações do Microsoft 365.
O caos global foi causado por falha em um software fornecido pela Microsoft em parceria com a companhia de segurança cibernética CrowdStrike. As empresas afirmaram, em comunicados separados, que estavam trabalhando para combater o problema.
Nas primeiras horas da manhã, o CEO e presidente da CrowdStrike, George Kurtz, fez uma publicação confirmando o ocorrido.
“A CrowdStrike está trabalhando ativamente com os clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows”, afirmou Kurtz.
“Estamos investigando um problema que está afetando a capacidade dos usuários de acessar vários aplicativos e serviços do Microsoft 365”, afirmou o perfil Microsoft 365 Status.
Apagão Cibernético foi resolvido
A Microsoft e a empresa de cibersegurança CrowdStrike prometeram que os problemas gerados pelo apagão cibernético global já foram resolvidos e devem desaparecer nas próximas horas. As duas companhias informaram que já corrigiram a falha que desencadeou transtornos em todo o mundo.
Após confirmar as falhas, a Microsoft garantiu ter identificado e reparado o problema, mas admitiu que ele pode persistir por algumas horas, afetando alguns aplicativos e serviços do Office 365. “A causa subjacente foi corrigida, no entanto, o impacto residual continua afetando alguns aplicativos e serviços do Microsoft 365. Estamos conduzindo mitigações adicionais para resolver o problema,” disse o perfil no X Microsoft 365 Status.
Já a empresa CrowdStrike informou, posteriormente, ter corrigido o defeito encontrado em uma atualização do driver do Falcon Sensor, que estaria provocando uma falha na nuvem do sistema operacional da Microsoft.
“O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada”, afirmou o CEO da CrowdStrike em postagem no X. “Recomendamos que os clientes consultem o portal de suporte para as atualizações mais recentes e continuaremos a fornecer atualizações completas e contínuas em nosso site.”
Ele continuou: “Recomendamos ainda que as organizações garantam que estão se comunicando com representantes da CrowdStrike através de canais oficiais. Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e a estabilidade dos clientes da CrowdStrike.”
O software estava fazendo com que o Microsoft Windows travasse e exibisse uma tela azul, conhecida informalmente como a “Tela Azul da Morte”, de acordo com um alerta enviado pela própria CrowdStrike.
A companhia ainda voltou a afirmar que não se trata de um incidente de segurança ou de um ataque cibernético.
O que é a CrowdStrike?
A CrowdStrike é uma empresa de segurança cibernética, reconhecida globalmente por seu avançado sistema de detecção e resposta a ameaças, conhecido como CrowdStrike Falcon.
Esse sistema é amplamente utilizado por organizações ao redor do mundo para proteger suas redes contra ataques cibernéticos sofisticados. A plataforma Falcon utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para identificar e neutralizar ameaças em tempo real.
Saiba mais sobre a empresa aqui.
O que o Apagão Cibernético pode causar no Brasil?
Apesar de os maiores impactos terem sido sentidos no exterior, em países como Estados Unidos e Austrália, o Apagão Cibernético gerou preocupações significativas sobre o impacto potencial para o Brasil.
O incidente, que afetou sistemas de aviação, serviços bancários e de comunicação ao redor do mundo, teve reflexos moderados no país.
Aplicativos de bancos e fintechs brasileiros, como Banco Pan, Bradesco, Neon e Next, apresentaram instabilidade e dificuldades de acesso, conforme relatado por usuários no site Downdetector e nas redes sociais. O Bradesco confirmou que seus canais digitais foram afetados, embora os terminais de autoatendimento permanecessem operacionais.
No setor de aviação, o apagão cibernético trouxe a possibilidade de atrasos em voos no Brasil. Embora o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, tenha informado que não houve registros imediatos de problemas em aeroportos, as companhias aéreas Azul e Latam indicaram que o incidente global poderia levar a atrasos pontuais.
A Azul mencionou a possibilidade de atrasos devido a problemas no sistema global de gestão de reservas, enquanto a Latam alertou para possíveis impactos nas operações. Por outro lado, a Gol informou que suas operações não foram afetadas pelo apagão.
Quais os próximos passos para a resolução total do problema?
Após a correção do apagão cibernético global, o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, detalhou os próximos passos que a empresa está tomando para lidar com as consequências do incidente.
Em uma entrevista à imprensa dos Estados Unidos, Kurtz pediu desculpas pelos transtornos causados e assegurou que a prioridade agora é restaurar os sistemas afetados o mais rapidamente possível. Ele destacou que a falha impactou principalmente computadores com o sistema operacional Windows, enquanto os sistemas Linux e MacOS não apresentaram instabilidades.
O problema foi identificado em uma atualização do driver do Falcon Sensor, o que provocou falhas na nuvem do sistema operacional da Microsoft, resultando em travamentos e a famosa “Tela Azul da Morte” em dispositivos Windows.
Embora a correção tenha sido implantada, a CrowdStrike enfrenta desafios adicionais devido à necessidade de intervenções manuais para atualizar os sistemas afetados, já que a falha impede a atualização automática dos dispositivos.
A empresa está colaborando com seus clientes para garantir que todas as instabilidades sejam resolvidas e que a operação normal seja retomada. Kurtz enfatizou que não se trata de um incidente de segurança ou ataque cibernético, mas sim de um problema técnico que já foi isolado e corrigido.
(Imagem destacada: ilikeyellow/Shutterstock)