A conclusão faz parte de um estudo que analisou a reação de árvores expostas à fumaça de um incêndio florestal nos Estados Unidos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi
Os incêndios florestais são devastadores para a vegetação, trazendo sérios prejuízos para biodiversidade e até para a saúde humana. Mas as próprias árvores têm um mecanismo para reduzir os danos provocados pelas chamas e pela fumaça. Segundo pesquisadores da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, elas são capazes de “prender” a respiração.
Estratégia de defesa das árvores impede que o carbono seja ‘inalado‘
- Durante estudo, a equipe analisou pinheiros expostos à fumaça em uma floresta de coníferas no Colorado, em 2020.
- Os cientistas explicam que os gases liberados pelas chamas interagem com os estômatos e as superfícies das folhas, suprimindo a fotossíntese, ou seja, a respiração de uma planta.
- Segundo eles, quanto maior o incêndio, maiores são os prejuízos, mas mais evidentes são também as reações de defesa das árvores.
- Durante o incêndio florestal no Colorado, por exemplo, os pesquisadores observaram que o nível de fotossíntese caiu para quase zero e os estômatos das árvores estavam praticamente fechados, como se a planta não respirasse mais.
- Essa estratégia impedia que o carbono fosse ‘inalado’.
Importância da descoberta
Os pesquisadores não sabem exatamente como as árvores conseguem fechar os estômatos e “parar de respirar” durante incêndios florestais. Uma das hipóteses é que as próprias partículas de fumaça poderiam obstruir a troca de gases.
Outra possibilidade é que a estratégia de defesa seja um sinal físico em resposta à ameaça. Apesar de serem factíveis, maiores estudos ainda são necessários para compreender as consequências das queimadas, incluindo a necessidade de testes com outras espécies de árvores.
Os cientistas alertam que as mudanças climáticas estão deixando incêndios florestais de grandes proporções cada vez mais comuns. Por isso, as descobertas são consideradas muito importantes para desenvolver novas estratégias de conservação das florestas mundiais. O estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters.