Mesmo lavando as maçãs, os agrotóxicos não saem completamente da fruta; comê-las sem casca pode ser uma alternativa viável
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi
Ao comer uma maçã, basta lavar ela com a casca para assegurar que ela está limpa e adequada para o consumo, certo? Errado. Aos olhos de um novo estudo, isso não é suficiente para eliminar os agrotóxicos da fruta.
A pesquisa sugere que lavar a fruta, uma medida de precaução tomada por muitos consumidores, não é suficiente para remover completamente os produtos químicos tóxicos e resíduos de pesticidas.
Publicado na revista Nano Letters, o estudo acrescenta novas informações ao debate sobre os riscos dos pesticidas para a saúde e qual é, se houver, o limite para o consumo de produtos contaminados.
O objetivo do estudo foi compartilhar uma técnica que os pesquisadores esperam que melhore a detecção de pesticidas em produtos alimentícios, mas também provou que a lavagem não é suficiente quando se trata de remoção de produtos químicos.
Usando o seu método para examinar a contaminação por pesticidas em maçãs, os especialistas notaram que os agrotóxicos iam muito além da profundidade da casca, penetrando na camada da polpa. Porém, quando a casca da maçã e a camada superior da polpa foram removidas, a contaminação diminuiu significativamente.
Consumir sem a casa pode ser a solução
- Dongdong Ye, professor da Escola Chinesa de Materiais e Química da Universidade Agrícola de Anhui e autor do artigo, alega que não há motivo para pânico, e espera que as pessoas busquem consumir mais vezes a maçã sem a casca.
- O estudo concluiu inequivocamente que “o risco de ingestão de pesticidas provenientes de frutas não pode ser evitado via uma simples lavagem e sem a descascar”.
- No entanto, embora descascar a fruta possa ajudar a prevenir a exposição a produtos químicos, também reduz o seu valor nutricional.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sustentou que 99% dos produtos testados continham resíduos de pesticidas dentro dos limites legais de contaminação e que não “representavam um risco para a saúde dos consumidores e eram seguros”.