Em Mato Grosso: começa às 17h07 e termina por volta das 18h00
O último eclipse de 2024 será nesta quarta-feira (2), com a formação de um belo “Anel de Fogo” no céu de algumas áreas privilegiadas do mundo
Na tarde desta quarta-feira (2), acontece um eclipse solar anular, quando o Sol será transformado em um impressionante “Anel de Fogo”. Abaixo, você tem todas as informações sobre o evento – que será transmitido em tempo real em todas as plataformas do Olhar Digital.
Este é o terceiro eclipse de 2024, depois de um da Lua (ocorrido em março) e um total do Sol, que aconteceu em abril, sendo visto em partes do Canadá, quase todos os EUA e norte do México.
Sobre o eclipse solar anular
- O que é um eclipse solar
- Onde o “Anel de Fogo” poderá ser visto
- Que horas é o eclipse?
- Como será o eclipse solar anular
- Observação exige cuidado com os olhos
- Como assistir pela internet
O que é um eclipse solar
Um eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol lançando uma sombra sobre determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar. Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total. Há ainda um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos eles: o eclipse solar híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023).
O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é coberta pela Lua. Nesse caso, praticamente não há alteração da luminosidade do dia. Por sua vez, o eclipse total se caracteriza quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, fazendo o dia escurecer por completo.
Já o eclipse solar anular é bem parecido com o total, porque a Lua cobre o Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno – o chamado “Anel de Fogo”. Isso acontece porque ela está mais distante da Terra (no apogeu ou próximo a ele), fazendo com que sua circunferência aparente seja menor que a do Sol.
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância se alterna entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu.
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Onde o “Anel de Fogo” poderá ser visto
O evento desta quarta-feira será visível para aqueles dentro de um amplo caminho através do Oceano Pacífico e do sul da América do Sul. No ponto máximo do eclipse no Pacífico, a Lua cobrirá 93% do centro do Sol, e o “Anel de Fogo” ficará visível por 7 minutos e 25 segundos.
Este eclipse solar anular tem um longo trajeto, subindo ao sul do Havaí no Oceano Pacífico Norte e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul no Oceano Atlântico Sul. Essa viagem é de 14.163 km, com o caminho entre 265 a 331 km de largura. Muito pouco dessa trilha atravessa solos, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina na América do Sul dentro do caminho da anularidade.
O “Anel de Fogo” será visível a partir daquela remota ilha vulcânica no Pacífico Sul, a meio caminho entre o Taiti e a América do Sul. Faz apenas 14 anos que um eclipse solar total foi visível de lá, em 11 de julho de 2010.
Cerca de 3.540 km a oeste do Chile, Rapa Nui é o lar de mil misteriosos moais, os remanescentes de uma cultura dos séculos 13 e 16. Empoleiradas em pedestais de pedra chamados ahus, essas figuras humanas esculpidas podem ser encontradas em vários locais da ilha, que está inteiramente dentro do caminho do eclipse.
Apenas 11.600 km do caminho da anularidade cruzam áreas continentais em 2 de outubro, a grande maioria no sul da América do Sul, em dois países em particular: Chile e Argentina – ou seja, o fenômeno não será observável do Brasil em sua totalidade.
No entanto, em algumas áreas do país será possível testemunhar parte do evento. Os estados que poderão ver o eclipse, em ordem crescente de maior percentual eclipsado do Sol são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.
Quanto mais ao sul, maior será a porcentagem de cobertura do Sol pela Lua. Por exemplo, enquanto Goiânia verá apenas 0,02% do disco solar eclipsado, Porto Alegre testemunhará 26%. No Chuí, extremidade mais ao sul do Brasil, a cobertura será de 38,15% (a máxima a ser observada no país).
Que horas é o eclipse?
De acordo com o Observatório Nacional (ON), o horário exato do eclipse varia de acordo com a localização. [Todos os horários mencionados estão no fuso de Brasília]
Em São Paulo, por exemplo, ele deve começar a se formar, de forma parcial, às 16h51, terminando às 18h23, com o pôr do Sol. Veja a seguir os horários detalhados para os estados brasileiros onde o evento poderá ser observado (em todos eles, de forma parcial, conforme explicado acima):
- Espírito Santo: começa às 17h07 e termina por volta das 17h45;
- Rio de Janeiro: começa às 16h59 e termina por volta das 17h59;
- Mato Grosso: começa às 17h07 e termina por volta das 18h00;
- Goiás: começa às 17h08 e termina por volta das 18h10;
- Minas Gerais: começa às 16h59 e termina por volta das 18h15;
- São Paulo: começa às 16h51 e termina por volta das 18h23.
- Mato Grosso do Sul: começa às 16h46 e termina por volta das 18h26;
- Paraná: começa às 16h43 e termina por volta das 18h32;
- Santa Catarina: começa às 16h41 e termina por volta das 18h34;
- Rio Grande do Sul: começa às 16h30 e termina por volta das 18h41.
Para saber exatamente o horário que o eclipse começa e termina na sua cidade e quanto do Sol será coberto pela Lua onde você está, consulte este mapa interativo do portal Time And Date. Nos estados brasileiros não citados, o eclipse não será visível.
Como será o eclipse solar anular
Um eclipse anular do Sol atravessa quatro fases principais, denominadas primeiro, segundo, terceiro e quarto contato. Resumidamente:
- O primeiro contato é quando a Lua “encosta” no Sol (mais ou menos 90 minutos antes da anularidade);
- O segundo contato é quando começa a se formar o “Anel de Fogo” em si;
- Quando a anularidade começa a se desfazer, temos o terceiro contato;
- O quarto contato é quando a Lua “toca” o Sol pela última vez (mais ou menos 90 minutos após o “Anel de Fogo”.
Em cada uma dessas etapas, diferentes efeitos são sentidos pela Terra – saiba detalhes aqui.
Desta vez, o caminho do eclipse passará principalmente sobre o oceano, o que significa que apenas 0,002% da população mundial – cerca de 175 mil pessoas – terão a oportunidade de observar o “Anel de Fogo” completo.
Nas regiões onde a Lua projeta uma sombra externa mais leve, conhecida como penumbra, o eclipse será parcial, podendo ser visto por 245 milhões de pessoas, o que representa 3% da população mundial.
Observação exige cuidado com os olhos
Observar um eclipse solar requer cuidados especiais com os olhos, mesmo em locais onde a fase do “Anel de Fogo” não poderá ser vista.
“Observar um eclipse solar pode ser muito perigoso, e se você fizer da maneira errada pode até perder a visão”, alerta Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital. “Nunca olhe para o Sol sem utilizar equipamentos adequados ou filtros especialmente projetados para esta finalidade”.
Mas, atenção: nada de óculos escuros tradicionais ou mesmo aquelas chapas de radiografia. Saiba aqui como observar o eclipse com segurança.
Como assistir pela internet
Para você não perder nada desse evento incrível, o Olhar Digital entra ao vivo a partir 15h20, com todas as imagens do eclipse solar anular, incluindo o “Anel de Fogo”.
Com apresentação de Bruno Capozzi, nosso editor-executivo, Lucas Soares, editor de Ciência e Espaço, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), a live será transmitida em todos os canais oficiais do Olhar Digital: no YouTube, Facebook, Instagram, LinkedIn e TikTok.