Nas redes sociais, usuários têm apontado que algumas populações asiáticas simplesmente não apresentam mau cheiro nas axilas, a famosa “asa”
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Ignacio de Lima
As frequentes ondas de calor causadas pelas mudanças climáticas despertaram uma discussão bastante curiosa. Nas redes sociais, diversos usuários têm apontado que algumas populações asiáticas simplesmente não apresentam mau cheiro nas axilas, a famosa “asa”.
De acordo com especialistas, esta não é uma mera percepção ou mais uma mentira difundida pela internet. Na verdade, esta é uma realidade em alguns países, como Coreia do Sul, Coreia do Norte, China e Japão. E existe uma explicação científica para isso.
Mutação em gene ligado ao mau cheiro
Entre 80 e 95% dos povos orientais citados acima apresentam uma mutação no gene ABCCII, que está ligado ao mau cheiro. Isso significa que os corpos destas pessoas não liberam o mesmo fedor que o resto da população quando expostos a altas temperaturas e transpiração.
Cientistas explicam que o odor corporal está associado principalmente às glândulas sudoríparas apócrinas, encontradas nas axilas e virilhas. Para aqueles sem a mutação no gene ABCC11, a proteína nessas glândulas sudoríparas ajuda a transportar compostos gordurosos, ou lipídios, da célula para o suor.
As bactérias na pele decompõem esses lipídios no suor mais oleoso e espesso para produzir odor corporal. Mas para aqueles com a mutação, a proteína não funciona dessa maneira. Além do odor corporal, a alteração no gene também reduz a quantidade de cera no ouvido, deixando ela mais seca.
Um estudo de 2010, publicado no Journal of Investigative Dermatology, revelou que além dos povos asiáticos, a mutação também está presente em 3% da população europeia, especialmente no Reino Unido. As informações são da NBC News.
Questões sexuais podem ter tornado a mutação prevalente
- Até agora, não há uma explicação definitiva para o motivo pelo qual a mutação é tão comum entre os asiáticos orientais.
- No entanto, uma possibilidade levantada é de que, com uma “tradição historicamente maior de higiene pessoal”, pessoas com menos odor corporal podem ter sido preferidas como parceiras sexuais, resultando no aumento da população com esta alteração genética.
- Isso não quer dizer que aqueles com a mutação não precisam tomar banho, por exemplo.
- Essas glândulas sudoríparas são em parte ativadas por compostos chamados catecolaminas, que são secretados em momentos de estresse.