
Os dados apontam que a instabilidade atinge diferentes perfis
Agrolink – Leonardo Gottems
Os dados apontam que a instabilidade atinge diferentes perfis – Foto: Pixabay
O número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio alcançou um novo recorde no terceiro trimestre de 2025, refletindo o agravamento das condições financeiras do setor. Segundo dados da Serasa Experian, no período foram contabilizadas 628 solicitações, mais que o dobro das 254 registradas no mesmo trimestre de 2024, configurando o maior volume desde 2021. O movimento abrange produtores rurais pessoas físicas e jurídicas, além de empresas ligadas à cadeia agro, e indica maior pressão sobre o crédito em um cenário de custos elevados e necessidade de reorganização financeira.
Os dados apontam que a instabilidade atinge diferentes perfis, com destaque para os produtores que vêm acumulando dívidas ao longo dos anos sem ajustes estruturais. A leitura do índice mostra que a análise de risco ganha relevância para credores, diante da necessidade de antecipar dificuldades e evitar o agravamento de situações de estresse financeiro.
Na distribuição regional, o Mato Grosso liderou o número de pedidos no trimestre, seguido por Goiás e Paraná, reforçando a concentração do problema em importantes polos produtivos do país. Entre os produtores que atuam como pessoa física, foram registradas 255 solicitações, acima das 106 observadas no mesmo intervalo do ano anterior. A maior parcela veio de arrendatários ou integrantes de grupos econômicos e familiares, seguidos por grandes, pequenos e médios proprietários.
No recorte de pessoa jurídica, os produtores somaram 242 pedidos, com predominância daqueles ligados ao cultivo de soja e à criação de bovinos. Já as empresas relacionadas ao agronegócio registraram 131 solicitações, com maior incidência no comércio atacadista de produtos agropecuários primários e na indústria de processamento de agroderivados.







