Brasileiro prefere ler e guardar seus documentos em papel do que em mÃdias eletrônicas
Estudo inédito, divulgado pela campanha Two Sides Brasil, em conjunto com o instituto Datafolha, mostra que o brasileiro prefere ler e guardar seus documentos em papel do que em mÃdias eletrônicas
Os resultados da pesquisa Opinião sobre a Comunicação Impressa, realizada pelo instituto Datafolha.
Nela, foram entrevistadas 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 135 municÃpios. Segundo o instituto, essa amostra garante um nÃvel de confiabilidade de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais.
“Os principais números comprovam uma realidade que já intuÃamos: o brasileiro prefere fazer suas leituras e comunicações em papel e também confia mais nessa mÃdia para conservar seus documentos importantesâ€, constata o country manager da campanha no PaÃs, Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP), entidade que coordena a implementação da Two Sides Brasil, com apoio da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) e outros representantes da cadeia do papel e da impressão.
Segundo o estudo, a preferência por livros, revistas e cartas em papel é caracterÃstica, respectivamente, de 59%, 56% e 55% da população. Na mesma sequência, os que preferem o meio eletrônico para essas leituras correspondem a 35%, 37% e 38%. A equação inverte-se, embora com menor margem de diferença, entre os leitores de jornal – 48% preferem o eletrônico contra 46% pró-impresso. Mas 80% afirmam que ler em papel é mais agradável do que ler em uma tela.
Também no que diz respeito à conservação de documentos importantes, o impresso é disparadamente o favorito: 82%, ante apenas 17% de adeptos de mÃdias eletrônicas para esses arquivos.
De maneira geral, a percepção do eletrônico como mÃdia mais sustentável ocorre com maior frequência entre a população jovem (16 a 34 anos), com ensino superior e pertencente à s classes A e B.
 Apesar disso, é quase unânime (95%) a percepção – em  favor do papel, diga-se de passagem – da importância da renovação de florestas para conter o aquecimento global e da reciclagem como caracterÃstica de produtos sustentáveis (reconhecida por 92% dos entrevistados).
Os números deixaram claro ainda que a população desconhece quanto do papel e do papelão consumidos são reciclados (46%, de acordo com dados da Bracelpa de 2012), mas 44% acreditam que a cadeia do papel e da impressão reciclam mais do que outras indústrias.
Para 89% dos entrevistados, a extensão de áreas florestais diminuiu no PaÃs nos últimos 50 anos, mas a indústria de papel e celulose não figura entre as três atividades mais relacionadas a essa perda.
 Na opinião de Mortara, a amostra confirmou também a necessidade de uma campanha como a Two Sides Brasil: “Apenas 20% dos entrevistados já tinham visto alguma propaganda sobre a sustentabilidade do papel e da comunicação impressa. É fácil inferir que faltam informações confiáveis, o que deixa brechas para mitos que alimentam a prática de greenwashing, quando empresas preocupadas em reduzir seus custos recorrem a argumentos supostamente ecológicos para cessar o envio de extratos, boletos e outras correspondências de interesse do consumidor. Temos a missão de desconstruir esse mitosâ€, disse ele.
A Two Sides Brasil integra a maior campanha mundial em favor da comunicação impressa e conta com apoio de 42 entidades, que congregam cerca 80 mil empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões. A campanha Two Sides surgiu na Inglaterra e hoje está presente nos principais paÃses europeus, nos Estados Unidos, no Canadá, na Ãfrica do Sul e na Austrália. Seus objetivos são desfazer mitos e difundir informações sobre a sustentabilidade do uso do papel e da comunicação impressa, além de combater o greenwashing. No Brasil, a Two Sides foi lançada em abril de 2014.
Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação