sexta-feira, 22/11/2024
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GREVE QUE PROTESTAVA CONTRA MP 657/14 FOI SUSPENSA POR INTERVENÇÃO DE MINISTROS

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imagem ilustrativa reprodução web

                     A Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef – decidiu pela suspensão da greve em todo o país. A decisão foi tomada nesta terça, 21, à noite, em uma videoconferência com todos os 27 sindicatos regionais. Na reunião foi aprovado um voto de confiança à intervenção do Ministro interino da Casa Civil, Valdir Simão e do Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, que estabeleceram um compromisso já agendado para solucionar a crise na Polícia Federal.


A greve foi decidida pela categoria, em resposta ao encaminhamento, pelo Governo Federal, da MPV 657/2014, que injustificadamente definiu melhorias apenas para os delegados, a ponto de ser revelado por um Deputado Federal, em um veículo de comunicação de grande circulação “o Governo teve que editar uma MP à noite, porque sabia que hoje seria uma pancadaria. Botamos o Governo de joelhos.”
As primeiras manifestações já haviam se iniciado em algumas capitais, mas a intervenção de Berzoini e Simões foi considerada o início de uma solução política, que vai envolver vários ministérios na busca pelo justo reconhecimento profissional de todos os policiais federais. Afinal, para os dirigentes sindicais, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o Diretor da PF, Leandro Daiello, são os grandes responsáveis pela crise institucional do órgão.

Segundo a federação, a alta cúpula do governo federal demorou a perceber os efeitos da péssima gestão da Polícia Federal e seus impactos para os servidores e para a Sociedade. A entidade afirma que a gestão da segurança pública tem sido desastrosa, e a personalidade forte de Cardozo tem sido o maior obstáculo para a modernização de um modelo burocrático e ineficiente de polícia fascista, herdado da época da ditadura.

Jones Borges Leal, presidente da Fenapef, explica que “a suspensão da greve mostra que o movimento sindical da PF é apartidário e justo. Só queremos trabalhar em paz e sermos reconhecidos pelo nosso esforço e dedicação. Estamos há quase seis anos com salários congelados e nossas atribuições são realizadas na informalidade, pois não temos uma Lei Orgânica que reconheça nossas atividades de inteligência, análise criminal e perícias”.  http://www.fenapef.org.br/

                   A greve era em protesto a  Medida Provisória  657/14 que beneficia delegados, aprovada em pleno período eleitoral

Policiais federais de todo o país voltam às ruas nesta terça-feira, dia 21, com manifestações que anunciam a paralisação que escrivães, papiloscopistas e agentes (os EPAs) e peritos criminais farão até sexta-feira, dia 24. O alvo é a Medida Provisória 657/14, editada pelo Governo Federal no último dia 14, em pleno período eleitoral, estabelecendo benefícios para os delegados como a transformação do cargo de diretor-geral da Polícia Federal em função exclusiva de delegados de classe especial. No Rio, o protesto será às 18h, nas imediações do edifício-sede da Petrobras, na Avenida Chile, no Centro, reforçando as denúncias sobre corrupção na empresa.

A adesão do Rio à paralisação nacional foi decidida por unanimidade nesta segunda-feira, 20, na Assembleia Geral Extraordinária do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ). Acompanhando as indicações da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a categoria – incluindo os peritos criminais, dessa vez também apoiando o movimento – fará protestos durante toda a quarta-feira, 22, com paralisação/greve já confirmada para quinta e sexta-feira (dias 23 e 24) em pelo menos 17 estados. Mas os EPAs garantem que todos os serviços de atendimento ao público serão preservados, como explica André Vaz de Mello, presidente em exercício do Sindicato do Rio.

 

http://ssdpfrj.org.br/

– A paralisação não atingirá o atendimento ao público, que também é vítima dessa MP absurda, que representa um retrocesso. Editada no apagar das luzes, ela afeta a Polícia Federal como um todo e compromete a reestruturação da segurança pública, uma de nossas principais bandeiras de luta. O Governo nos traiu, quebrou o acordo que fez com os EPAs de nada editar durante os 150 dias de negociação que só terminam em novembro. Por isso, vamos protestamos contra essa Medida já chamada de “MP do vazamento”, feita a toque de caixa por pressão dos delegados em troca de manterem em sigilo informações de operações da PF que comprometem integrantes do atual Governo – diz Vaz de Mello.

A fala do dirigente sindical é comprovada em matérias divulgadas na imprensa, por meio de declarações como a do ex-delegado e deputado federal Fernando Francischini, do Solidariedade do Paraná: “a Medida foi editada às pressas, a dez dias das eleições. Botamos o Governo de joelhos”.

Em tramitação no Congresso, a MP 657 (que só não entra em vigor se for derrubada por vencimento do prazo de 120 dias para análise, o que acontece em fevereiro) foi recebida pela categoria como uma reedição da PEC-37, que dá poderes exclusivos à Polícia para realizar investigações criminais, limitando o poder do Ministério Público e alimentando o corporativismo dentro da PF.

– Repudiamos essa MP porque ela representa tudo de ruim para a PF. Vai na contramão de conquistas como a PEC-51 e outras propostas que visam exatamente a modernização da Polícia para atender à população. A 657 rompe a negociação feita pela categoria com o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, trazendo sério riscos à confiança da população na PF – alerta o agente federal Hermínio Leite, da Comissão de Mobilização do SSDPF/RJ.

imagem destaque, reprodução
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