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          Magistrada diz que fatos da denúncia do MP-SP são tratados na Operação Lava Jato, na qual Moro lidera as investigações
Newton Menezes/Futura Press – 04.03.16
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é investigado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica
            A Justiça de São Paulo decidiu remeter a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, para a Justiça Federal, nesta segunda-feira (14). O processo apresentado, no qual denuncia Lula e outras 15 pessoas (inclusive sua mulher Marisa LetÃcia e seu filho Fábio Luiz), é referente ao caso trÃplex no CondomÃnio Solaris, no Guarujá, ainda pede a prisão preventiva do ex-presidente.
          A investigação agora então será encaminhada da 4ª Vara Criminal da Justiça de São Paulo para o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
                Para a juÃza Maria Priscila Ernandes Veiga Oliveira, os fatos da denúncia do Ministério Público de São Paulo, feita na última quarta-feira (9), já são tratados na Operação Lava Jato, na qual Moro é o juiz responsável pelas investigações.
Adonis Guerra/ SMABC – 13.03.16
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu prédio em São Bernardo do Campo no domingo
             “O pretendido nestes autos, no que tange à s acusações de prática de delitos chamados de “lavagem de dinheiroâ€, é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo JuÃzo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF, pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vÃnculo dos delitos por sua estreita relação”, afirmou a juÃza Maria Veiga Oliveira na decisão.
            A magistrada também afirmou que não vê urgência que justificasse a análise do pedido da Justiça de São Paulo. “Deixo de analisar os pedidos de cautelares formulados na denúncia, bem como o pedido de prisão preventiva, entendendo que não há urgência que justifique a análise por este juÃzo, até porque os requerimentos já foram todos divulgados publicamente pelo próprio MP-SP, sendo de conhecimento inclusive dos indiciados”, completou.
A denúncia
           Os promotores do Ministério Público de São Paulo (MP) Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo disseram ter colhido dezenas de depoimentos que comprovariam que o apartamento era “destinado†ao ex-presidente e sua famÃlia. O MP acusa Lula de lavagem de dinheiro – na modalidade ocultação de patrimônio – e falsidade ideológica.
         “Aproximadamente duas dezenas de pessoas nos relataram que, efetivamente, aquele trÃplex do Guarujá era destinado ao ex-presidente Lula e sua famÃlia. Dentre essas pessoas figuravam funcionários do prédio, o zelador, a porteira, moradores, funcionário da OAS, ex-funcionário da OAS, e o proprietário da empresa que fez a reforma naquele imóvel. Pelos relatos, fez uma reunião para apresentar parte da reforma efetuada, com a presença da ex-primeira dama e de seu filho, além do senhor Léo Pinheiroâ€, disse o promotor Cassio Roberto Conserino ao apresentar a denúncia à imprensa.
        Na ocasião, o Instituto Lula voltou a negar que o ex-presidente seja dono do apartamento trÃplex, alvo das investigações, e diz que o procurador Cássio Conserino usa a denúncia para fins polÃticos. “Cássio Conserino, que não é o promotor natural deste caso, possui documentos que provam que o ex-presidente Lula não é proprietário nem de trÃplex no Guarujá, nem de sÃtio em Atibaia, e tampouco cometeu qualquer ilegalidade. Mesmo assim, solicita medida cautelar contra o ex-presidente em mais uma triste tentativa de usar seu cargo para fins polÃticos.”
        “Tais documentos foram encaminhados ao promotor. Já era previsÃvel, no entanto, que Conserino encaminhasse a denúncia, já que declarou à revista ‘Veja’ que considerava o ex-presidente culpado antes mesmo de ouvir a defesa de Lula”, acrescentou o instituto. “O ex-presidente já desmentiu essa acusação mais de uma vez, frente à s autoridades e em discursos. Lula não é proprietário nem de trÃplex no Guarujá, nem de sÃtio em Atibaia e não cometeu nenhuma ilegalidade. Ele apresentou sua defesa em documentos que provam isso à s autoridades competentes.”
*Com Agência Brasil
Imagem destaque :Â Charles Sholl/Futura PressÂ