Em 1961, na renúncia de Jânio Quadros, os militares e a oposição tentaram impedir a posse do vice João Goulart. Ele só assumiu depois de concordar com a apressada instituição do parlamentarismo, que depois viria a ser rejeitado em plebiscito. Em 68, durante o regime militar, o vice Pedro Aleixo foi impedido de assumir na doença e morte de Costa e Silva.
         Quando Sarney assumiu, em Lugar de Tancredo, que morreria a 21 de abril de 1985, muitos torceram o nariz. Agora vemos Michel Temer, em vias de assumir, acusado de agir como “conspirador†e “golpista†pela presidente Dilma Rousseff, ao lado de quem figurou como candidato nas eleições de 2014. Além dos exemplos nacionais, existem centenas, talvez milhares de outros em nÃveis estadual e municipal, onde o governante é contrariado ou se perde e investe furiosamente contra seu vice, procurando desqualificá-lo e ignorando que, queira ou não, ele também é dono dos votos recebidos pela chapa.
              O que aconteceu até agora, no processo contra Dilma, pode ser tributado à estratégia de defesa da presidente e do PT. É compreensÃvel que ainda lutem pelos instrumentos polÃticos e jurÃdicos no decorrer da tramitação do processo pelo Senado. Mas é inaceitável que, sob qualquer pretexto, se recorra à desobediência civil e ao “incendiar†da pátria, ameaçados pelos petistas e seus aliados. Se isto acontecer, carece de severa reprimenda, em nome da manutenção da ordem e da democracia. O Brasil de hoje dispõe de forças de segurança e de instrumentos legais capazes de evitar o caos irresponsavelmente anunciado. É preciso manter esses recursos atentos e preparados e, se necessário, deixar que cumpram suas finalidades, sem excessos nem omissões.
              O Senado Federal agora está com a responsabilidade pelo futuro do paÃs. Desde a hora em que os deputados votaram pela admissibilidade do impeachment, as vistas da nação voltaram-se para os senadores. Todo o tempo que demorarem para votar se afastam ou não afastam a presidente da República, constituirá um vácuo na vida nacional e, nesse ambiente, a crise tende a aumentar o sofrimento do povo. Espera-se dos senhores senadores decisão num paÃs que tem pressa. Cada um dos 81 integrantes do Senado tem o dever de agilizar o processo, dar oportunidades idênticas para acusação e defesa, e decidir de acordo com os interesses nacionais. Cada dia que se perder na definição do quadro será um dia de injustificado retrocesso. Decisão Já!
 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)Â
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