sexta-feira, 24/01/2025
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O futuro nas mãos do Senado

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                     Em 1961, na renúncia de Jânio Quadros, os militares e a oposição tentaram impedir a posse do vice João Goulart. Ele só assumiu depois de concordar com a apressada instituição do parlamentarismo, que depois viria a ser rejeitado em plebiscito. Em 68, durante o regime militar, o vice Pedro Aleixo foi impedido de assumir na doença e morte de Costa e Silva.

                  Quando Sarney assumiu, em Lugar de Tancredo, que morreria a 21 de abril de 1985, muitos torceram o nariz. Agora vemos Michel Temer, em vias de assumir, acusado de agir como “conspirador” e “golpista” pela presidente Dilma Rousseff, ao lado de quem figurou como candidato nas eleições de 2014. Além dos exemplos nacionais, existem centenas, talvez milhares de outros em níveis estadual e municipal, onde o governante é contrariado ou se perde e investe furiosamente contra seu vice, procurando desqualificá-lo e ignorando que, queira ou não, ele também é dono dos votos recebidos pela chapa.

               O que aconteceu até agora, no processo contra Dilma, pode ser tributado à estratégia de defesa da presidente e do PT. É compreensível que ainda lutem pelos instrumentos políticos e jurídicos no decorrer da tramitação do processo pelo Senado. Mas é inaceitável que, sob qualquer pretexto, se recorra à desobediência civil e ao “incendiar” da pátria, ameaçados pelos petistas e seus aliados. Se isto acontecer, carece de severa reprimenda, em nome da manutenção da ordem e da democracia. O Brasil de hoje dispõe de forças de segurança e de instrumentos legais capazes de evitar o caos irresponsavelmente anunciado. É preciso manter esses recursos atentos e preparados e, se necessário, deixar que cumpram suas finalidades, sem excessos nem omissões.

               O Senado Federal agora está com a responsabilidade pelo futuro do país. Desde a hora em que os deputados votaram pela admissibilidade do impeachment, as vistas da nação voltaram-se para os senadores. Todo o tempo que demorarem para votar se afastam ou não afastam a presidente da República, constituirá um vácuo na vida nacional e, nesse ambiente, a crise tende a aumentar o sofrimento do povo. Espera-se dos senhores senadores decisão num país que tem pressa. Cada um dos 81 integrantes do Senado tem o dever de agilizar o processo, dar oportunidades idênticas para acusação e defesa, e decidir de acordo com os interesses nacionais. Cada dia que se perder na definição do quadro será um dia de injustificado retrocesso. Decisão Já!

 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

aspomilpm@terra.com.br            

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