sexta-feira, 22/11/2024
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“Fui diagnosticado com um tipo de Porfiria aos sete anos”, diz atleta

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Garoto com sensibilidade ao sol foi apelidado pelos amigos de “Vampiro”

                    Durante a final da 2ª edição do Campeonato Mato-grossense de Futebol Americano, no dia 11 de junho, no estádio municipal Márcio Cassiano da Silva, em Jaciara, em que o Cuiabá Arsenal venceu o Sinop Coyotes com placar de 42 a 34, acontecia, do lado de fora do campo, um dos momentos mais sublimes de qualquer esporte. Um garoto encontrava o próprio caminho ao observar o ídolo, do lado de dentro do campo, a enfrentar os obstáculos da vida sem nunca resignar.

                     “Fui diagnosticado com um tipo de doença aos sete anos de idade. O médico disse que eu nunca poderia ficar em uma praia ou em locais sem cobertura. Pois não poderia me expor ao sol. A luz solar causa vermelhidão, queimação e dor na pele. Também faz surgir coceiras e bolhas que podem demorar a cicatrizar. E esses sintomas fecharam as portas para vários esportes. Até que encontrei inspiração em um jogador e o futebol americano”, conta Bruno Henrique de Souza Silva, de 17 anos.

                    As porfirias são um grupo de pelo menos oito tipos de distúrbios raros e hereditários, decorrentes de deficiências enzimáticas na biossíntese do Heme, que levam à superprodução e acumulação de precursores metabólicos, que se manifestam como problemas na pele e ou no sistema nervoso central. E fatores ambientais como medicamentos, hormônios, dietas, stress, exposição solar e outros desempenham papel importante no desencadeamento e curso destas doenças.

                “Estima-se que uma em cada 10.000 pessoas seja portadora da mutação genética, mas somente entre uma e cinco a cada 100.000 desenvolverão algum tipo de porfiria. As porfirias são doenças genéticas, hereditárias e raras. Podem ser transmitidas de pais para filhos. Não tem cura, mas tem tratamento e prevenção. E alguns tipos nem são tão raros e também existe a porfiria adquirida”, informa a Associação Brasileira de Porfiria (Abrapo).

Para o jovem Bruno Henrique Silva, apelidado pelos amigos de “Vampiro”, pois tais personagens do folclore não podem sujeitar-se aos raios solares e, caso o façam, viram pó, a doença foi limitadora para, em especial, a prática de desportos. Segundo ele, como não pode permanecer mais do que 25 minutos sob os raios do sol, precisou privar-se de várias atividades no período diurno, como passeios de bicicleta, andar de skate, cavalgar, pescar, nadar nos rios e até jogar futebol no colégio.

“Conheci o Cuiabá Arsenal, alguns anos atrás, por matérias na internet. Daí passei a acompanhar os resultados deles e a assistir a NFL – National Football League na TV. E, quando li sobre a história do Henrique Fernando Paim, chamado de Câncer, um atleta do Arsenal que faz quimioterapia e luta contra o Câncer, me identifiquei, me inspirei e percebi que poderia achar um jeito de fazer o que quisesse. E como vi que usavam uniformes sobre todo o corpo, inclusive luvas e capacete, tomei a decisão de praticar futebol americano”, diz Vampiro.

Bruno Henrique de Souza Silva, o Vampiro, mora no município de Jaciara (145 km da capital de MT) e joga, em um projeto social da diretoria de esportes da prefeitura de Jaciara, nomeado Jaciara Shamans, na posição de quarterback. Segundo ele, o grupo foi formado neste ano de 2016 e, muito estimulado pelas conquistas do Cuiabá Arsenal, almeja um dia ser uma equipe toda equipada e capaz de disputar o Campeonato Mato-grossense de Futebol Americano.

“Quando eu soube que a final do estadual seria em Jaciara, fiquei muito feliz e me programei para assistir e ainda conseguir a camiseta autografada do Câncer. Me acomodei em uma sombra, assisti a todos os lances da partida, vi as jogadas do Câncer e, após eles vencerem, fui lá pedir a camiseta dele. Contei minha história para ele e ganhei ela autografada. Vou guardá-la com todo o carinho e mostrar para meus amigos”, comenta Vampiro.

Para o ídolo, Henrique Fernando Paim de Almeida, vulgo Câncer, o encontro com o Vampiro foi inesperado e tocante. “Não imaginava que poderia inspirar alguém. A estória de superação dele emociona. Fiquei muito feliz. Em alguns momentos com nó na garganta. Acho que o fato do futebol americano ser democrático, por permitir vários biótipos físicos, facilita o acesso para pessoas com certas dificuldades”. Segundo Paim, a mensagem autografada na camiseta dizia: “Nunca desista! Um abraço, Câncer”.

Estadual

O Cuiabá Arsenal conquistou o título de bicampeão estadual de futebol americano, na 2ª edição do Campeonato Mato-grossense de Futebol Americano, em 11 de junho, no estádio Márcio Cassiano, em Jaciara, de forma invicta. Foi o segundo título estadual invicto consecutivo (2015/2016), tendo o Sinop Coyotes ficado por duas vezes como vice-campeão (2015/16). E o Rondonópolis Hawks ficou em terceiro lugar, o Sorriso Hornets em quarto e o Tangará Taurus na quinta posição.

Brasileiro

O próximo desafio do Cuiabá Arsenal será o jogo de abertura do Campeonato Brasileiro de Futebol Americano, oficialmente Superliga Nacional, a Série A, contra o Corinthians Steamrollers, em 9 de julho, na Arena Pantanal, com show da banda NX Zero, em Cuiabá. Os portões abrem às 16h, shows de bandas locais começam às 17h e a partida terá início às 18h. E os ingressos estão sendo vendidos nas livrarias Janina, Doctor Feet Goiabeiras e pelo site MT Ingressos.

Junior Martins / assessoria AACA  

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(65)9611-8288

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