A delação de Benedito Rodrigues Barbosa contém 20 anexos
          Ele estava detido desde 15 de abril. Na prisão, ele decidiu colaborar com a Justiça e afirmou que o Grupo CAOA pagou propina de R$ 20 milhões ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT). Os pagamentos, segundo Bené, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo. Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha.
Bené fez delação junto ao Ministério Público Federal. São vinte anexos, cada um correspondendo a uma suposta irregularidade envolvendo não apenas Pimentel, mas também outros polÃticos. Um anexo é denominado ‘Evento CAOA’. Para os investigadores, o relato de Bené mostra que Pimentel teria transformado o Ministério numa ‘agência de negócios’, alterando portarias para atender pleitos de segmentos empresariais em troca de doações para sua campanha.
           Bené e o petista já foram denunciados criminalmente, no inÃcio de maio, pela Procuradoria da República. A Pimentel, a Procuradoria atribui corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na mesma acusação foram incluÃdos outros seis investigados, entre eles o ex-ministro Mauro Borges – sucessor de Pimentel – e o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da CAOA.
              Por meio de seu advogado, Eugênio Pacelli, o governador de Minas Fernando Pimentel rechaçou as acusações: “A defesa de Fernando Pimentel esclarece que o governador não recebeu qualquer tipo de vantagem em qualquer tempo de quem quer que seja Se existente, é falsa e absurda a acusação de pagamento no exterior. Basta um elemento para desacreditar a suposta acusação: é atribuição da Receita Federal do Brasil, vinculada ao Ministério da Fazenda, a redução ou não de alÃquotas de impostos cobrados em âmbito federal. Pimentel, como se sabe, não era ministro da Fazenda.”
           O criminalista José Roberto Batochio, que defende a CAOA, também negou enfaticamente as declarações de Bené: “Isso é um delÃrio, absolutamente não corresponde à verdade. Aliás, a própria conduta do cidadão delator já demonstra que isto não é verossÃmil. Primeiro, ele fala que recebeu R$ 2,2 milhões para fazer uma consultoria que ele diz que não existiu, que não era real, que foi fabricada de acordo com as notas fiscais que emitiu. Depois, passou a falar que eram dez milhões de reais e não mais os R$ 2,2 milhões. Agora vem falar em 20 milhões de reais.”
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Fonte: Veja.com – de 17/06/16