Por  port.pravda.ru
       Em resposta a ameaças da OTAN, de que expandirá suas capacidades militares na direção leste, a Rússia reagiu ontem, 3ª-feira, dizendo que tais movimentos só provocarão uma recalibração das forças militares da Federação Russa.
A reação, que mobilizou o alto comando militar russo, veio pouco antes de reunião de cúpula da OTAN, marcada para essa semana e depois de fala do secretário-geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen, de que uma força “avançada” de 4 mil soldados e de “resposta rápida” seria posicionada no leste da Europa.
     O vice-secretário geral da Câmara Pública Sergei Ordzhonikidze, disse à agência estatal de notÃcias que os planos de Rasmussen não passam de “histeria militar” e implicam trair promessas históricas. Disse que, diante disso, só restava à Rússia a alternativa de tomar medidas recÃprocas, também pelo seu lado.
“Quando tropas da OTAN se aproximarem de nossas fronteiras, é claro que teremos um plano implantado” – disse Ordzhonikidze. – “Há ameaça real, se temos tropas estacionadas junto à s nossas fronteiras. Lembro do compromisso da OTAN, de que não expandiria o território do bloco na direção leste… Agora, só nós resta impedir, seja como for, essa expansão da OTAN.”
Rasmussen começou a falar da ‘expansão’ da OTAN para o leste exatamente na semana passada, em entrevista convocada com jornais europeus. Aquelas ‘novidades’ viraram manchete exatamente quando o presidente Vladimir Putin da Rússia e Petro Poroshenko da Ucrânia, estavam reunidos em Minsk, Bielorrússia, para a primeira reunião presidencial para começar a discutir uma saÃda para a terrÃvel crise na Ucrânia. A ‘oportunidade midiática’ escolhida a dedo por Rasmussen e o ‘ocidente’ não passou despercebida pelo ministro Sergei Lavrov, da Relações Exteriores da Federação Russa.
“Fato muito interessante” - disse Lavrov na 3ª-feira, em entrevista ao vivo transmitida pela TV – “é que essa iniciativa da OTAN apareça imediatamente depois da reunião em Minsk, quando começou o processo do Grupo de Contato que tenta chegar a um acordo aceitável para todos, na atual crise da Ucrânia.”
Lavrov classificou as declarações de EUA  e a fala de Rasmussen sobre expansão da OTAN como esforço consciente para minar até esses primeiros frágeis esforços em direção à paz entre rebeldes ucranianos no leste e o governo em Kiev.
“É muito lamentável que esse ânimo para reforçar as posições do “partido da guerra” seja tão empenhadamente estimulado por Washington e outras capitais europeias, e cada vez mais frequentemente também por Bruxelas e pelos quartéis generais da OTAN, de onde sai o secretário-geral, com notÃcias que absolutamente ele não é autoridade competente para distribuir” – disse Lavrov.
Em comentários separados, o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Mikhail Popov, disse a RIA Novosti que, em resposta ao Ãmpeto expansionista da OTAN, já há planos em preparação para modificar a doutrina militar da Rússia. “Esses planos”, disse ele, “foram desencadeados por fatores geopolÃticos, inclusive essa movimentação da OTAN próxima das fronteiras russas e a situação na Ucrânia.” (…)