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Pedro Nadaf confessa que “roubou” estado e entrega Silval

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Ex-secretário pediu desculpas por tudo que fez e cometeu contra o Estado de Mato Grosso

                  Preso há quase 1 ano, o ex-secretário de Estado de Indústria e Comércio Pedro Nadf confessou que participou do esquema que cobrava propina para concessão de incentivos fiscais e para manutenção de contratos com o Estado, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa. Em depoimento, considerado bombástico, Nadaf afirmou que Silval Barbosa era o líder de todo o esquema criminoso.

                       A confissão foi feita durante depoimento a juíza Selma Rosane Arruda, da Vara Especializada contra o Crime Organizado. Nadaf também pediu desculpas. “Eu gostaria de pedir desculpas a esse juízo, ao Ministério Público, aos mato-grossenses, pelos atos que cometi contra o Estado de Mato Grosso”.

                Nadaf confirmou que todos os fatos narrados na denúncia pelo Ministério Público são verdadeiros, principalmente, os relacionados ao caixa 2 da campanha de Silval para o governo do Estado. Somente o ex-secretário, em reuniões com o empresariado, teria levantado o equivalente a R$ 12 milhões. Dessa quantia, parte foi direcionada ao caixa 2 e o restante em doação oficial.

                Todo o esquema teria começado com o caixa 2, pois o ex-governador teria prometido aos empresários que o dinheiro investido na campanha dele seria “retornado”. Nadaf ainda disse que depois da campanha, o objetivo era a manutenção da “organização” composta por Francisco Lima, o ex-procurador Chico Lima, ele, Karla Cecília e Silval.

                        Ainda segundo ele, o papel que exercia no esquema era de receber pessoas no tratamento direto, “grandes empresários, fornecedores, secretários”. Já Silval Barbosa, se limitava a cuidar de “grandes empresários”.

                  Nadaf descreveu Silval como uma pessoa muito fechada e que estava preocupada em atender pessoas que davam “retorno para a organização”. 

                    Durante o depoimento, Nadaf relatou a ação de mais um membro da organização, o ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Correa, que também está preso. De acordo com Nadaf, Sílvio érea o braço direito do ex-governador e ‘trabalhava como se fosse os olhos do Silval”.

                           O ex-secretário ainda destacou que o responsável em receber as propinas era Sílvio Correa. “Ele também fazia a lavagem de dinheiro, troca de cheques”, ressaltou.

Confirmação

Nadaf também confirmou as suspeitas do Ministério Público quanto ao envolvimento do ex-secretário de Fazenda Marcel De Cursi no esquema criminoso.
No depoimento, Nadaf atribuiu a Marcel a responsabilidade de dar o “ar de legalidade” aos procedimentos licitatórios e a “blindar” a organização.

Outro que teve o nome e a atividade descrita por Nadaf dentro da organização foi o ex-procurador Chico Lima. O ex-secretário afirmou que Chico Lima era uma espécie de “procurador especial” para atender o ex-governador.

 “Ele tinha função específica, que era dar os pareceres favoráveis para a organização. E o Chico Lima também agia em beneficio próprio. O governador vivia me alertando: fica de olho com o Chico porque se brincar ele vende o Estado”, relatou.

Do blogdoantero