Crianças de 4 e 1 anos, filhos de casal, também foram encontradas mortas. Parentes perceberam semelhança pela imprensa e contataram o consulado.
 Krystine CarneiroDo G1 PB
        Marcos Nogueira, JanaÃna Américo e os dois filhos do casal foram encontrados mortos na Espanha (Foto: Reprodução/Facebook/Janaina Diniz Diniz)
          A famÃlia do casal e das duas crianças que foram encontrados esquartejados na Espanha já teve a confirmação da identificação dos corpos por meio do Itamaraty. As vÃtimas são os paraibanos Marcos Nogueira e JanaÃna Santos Américo, de 39 anos, e os filhos deles, uma menina também paraibana, de 4 anos, e um menino que nasceu na Espanha, de 1 ano. “Foi uma famÃlia que foi dizimada”, lamentou o cunhado da mulher, Eduardo Bráulio. Ele informou ao G1 que a famÃlia entrou em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Madri depois de ver a notÃcia do encontro dos corpos e perceber que as idades eram as mesmas dos parentes.
          Ao G1, o Itamaraty informou que está acompanhando o caso, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Madri, e mantendo contato com as autoridades locais. Porém, em respeito à privacidade dos cidadãos brasileiros no exterior e em cumprimento à determinação das autoridades locais de que as investigações tramitem em segredo de justiça, o Itamaraty informou que não está autorizado a divulgar mais informações sobre o caso.
         Eduardo explicou que JanaÃna também usava o sobrenome Diniz, nas redes sociais, por causa do pai. A famÃlia era de João Pessoa e tinha ido morar na Espanha há 3 anos, por conta de uma oportunidade de trabalho. Ele era gerente em um restaurante.
         Depois que desconfiaram que os corpos encontrados poderiam ser deles, os familiares do casal entraram em contato, nesta segunda-feira (19), com o consulado, que apenas confirmou o crime e as identidades das vÃtimas. A famÃlia só deve conseguir mais informações por parte do consulado e documentações na terça-feira (20), conforme explicou Eduardo.
        “A gente recebeu a notÃcia com muita tristeza. É tanto que eu que estou passando as informações para a imprensa, porque ninguém mais tem condiçõesâ€, disse o cunhado de JanaÃna. Ele acrescentou que ninguém tem pistas do que pode ter acontecido.
         Eduardo explicou que a famÃlia não percebeu que eles estavam desaparecidos porque era comum eles ficarem um tempo sem dar notÃcias, principalmente porque tinham mudado de casa recentemente. “Fazia um bom tempo que a gente não tinha contato. A gente achava que era porque eles tinham se mudado, porque estavam sem internet. Não desconfiamos no inÃcio. Às vezes acontecia eles ficarem sem comunicaçãoâ€, disse.
Parentes informaram que o pai de JanaÃna teve um pico de hipertensão e passou mal ao saber da notÃcia. Ele foi encaminhado para um hospital particular de João Pessoa. Não há informação sobre o estado de saúde do idoso.
Entenda o caso
Os corpos do casal e das duas crianças foram encontrados esquartejados neste domingo (18), na casa onde eles moravam, a cerca de 60 km de Madri. Um porta-voz da Guarda Civil informou que os corpos esquartejados estavam em uma casa de Pioz, um povoado de menos de 4 mil habitantes próximo a Guadalajara, ao nordeste de Madri.
Os investigadores calculam que os corpos se encontravam na casa há cerca de um mês. As autoridades foram alertadas por um vizinho “que percebeu o odor” procedente da residência, segundo a polÃcia. Segundo a imprensa espanhola, os corpos esquartejados foram achados em bolsas de plástico fechadas com uma fita adesiva.
Os agentes não encontraram sinais de que os assassinos tenham forçado a entrada na casa da famÃlia. “A entrada não foi forçada, nem qualquer tipo de janela, porta, nada”, indicou o porta-voz da Guarda Civil. Vários vizinhos entrevistados indicaram que a famÃlia alugava a casa e que foram pouco vistos desde que se mudaram para lá no final de julho.
“Temos a investigação sob segredo judicial e ainda não esclarecemos as causas. Parece que foi feito por profissionais”, acrescentou o porta-voz. Apesar do sigilo da investigação, as autoridades especulam sobre um possÃvel ajuste de contas.
“O que está claro é que a forma com que os corpos foram achados indica uma intenção de não deixar pistas e depois se desfazer deles”, afirmou Jesús GarcÃa, tenente-coronel e investigador da Guarda Civil. “Dá a impressão de que algo foi abortado em um determinado momento, porque não é lógico que os cadáveres ficassem ali, dentro de casa”, acrescentou.