A hora de agir sobre a desobediência civil
 Imagem divulgação
            Recomeça o movimento de ocupação de escolas em protesto. Na virada do ano passado para o atual, protestou-se contra a pretendida reforma escolar; agora a motivação está na reforma do ensino médio constante da Medida Provisória recém-editada pelo governo federal. O surgimento desses focos de resistência e desobediência civil precisa ser rigorosamente investigado e contido para evitar que os jovens estudantes sejam transformados em objetos de manipulação daqueles que pouco se importam com a qualidade da Educação mas a utilizam para obter resultados polÃticos. Mesmo numa democracia, o uso da desobediência deveria ser o último recurso para os contrários lançarem mão, depois de terem sinceramente tentado todos os instrumentos de convencimento e negociação entre as partes. Aqui, diante da leniência dos governos, o instrumento extremo tem sido o primeiro e o pior é que não se tem notÃcia da ação do Estado em relação aos insurgentes.
               Os contrários à s reformas propostas na MP dispõem dos meios de comunicação para bradar suas posições e, quando a matéria entrar em discussão no Congresso Nacional, poderão para lá canalizar seus protestos e encontrar entre os parlamentares aqueles que estejam dispostos a avalizar suas teses. Isso não lhes dá o direito de impedir o acesso à s escolas daqueles que têm o desejo e o interesse de estudar. Além disso, à comunidade escolar deverá ser garantido opinar quando a reforma for instituÃda no estabelecimento onde estuda. Isso deveria ser um processo natural para a sincera busca do aperfeiçoamento, que jamais será conseguido à base da pressão e das ocupações onde além de alunos existem os ativistas de sempre e suas conhecidas instituições que durante as últimas décadas puderam arrepiar a lei sem serem incomodadas pelos omissos governos, cuja única preocupação foi a de ter cara de democrático.
               Aproveitando a condição do presidente Michel Temer, que já declarou não ser candidato à reeleição (embora a lei o permita), chegou a hora de se exigir responsabilidade dos que se definem como instituições e movimentos sociais. Respeitar aquilo que executam dentro da sua finalidade estatutária, mas rechaçar e reprimir quando extrapolam. É inadmissÃvel que atividades escolares ou de órgãos públicos sejam prejudicadas por ocupações, ruas e estradas bloqueadas ou a propriedade pública ou particular esbulhada e depredada em função de teses sócio-polÃticas. Isso é obra de bandidos, e as autoridades não podem tolerar, sob risco de não se concretizarem as mudanças que o paÃs necessita…
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Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)Â