Oposição diz que 120 ficaram feridos em protestos contra Maduro.  ONG diz 39 pessoas foram presas.
Â
       Um policial venezuelano morreu após ser alvo de tiros durante um protesto da oposição na noite de quarta-feira (27), afirmou o ministro do Interior do governo socialista da Venezuela, Néstor Reverol. Outros dois agentes ficaram feridos.Â
    Néstor Reverol. Outros dois agentes ficaram feridos.
  Manifestações contra o governo de Nicolás Maduro aconteceram nas principais cidades do paÃs. A ONG Foro Penal afirmou que 39 pessoas foram presas e ao menos 20 ficaram feridas
Â
       O lÃder de oposição Henrique Capriles afirmou que 120 pessoas ficaram feridas, segundo a Reuters.
      Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, reportou no Twitter que as detenções ocorreram em cinco dos 24 estados do paÃs, a maioria em Sucre, enquanto entre os 20 feridos, três foram baleados em Maracaibo, capital do estado de Zulia (noroeste).
         “Reporte (da) Foro Penal sobre detidos por manifestação: Miranda 6, Sucre 21, Guárico 5, Nueva Esparta 4, Táchira 3”, escreveu Romero em sua conta na rede social, após um dia de manifestações multitudinárias.
Tensão polÃtica
A Venezuela vive um momento de alta tensão polÃtica após a suspensão, pelo poder eleitoral, do processo liderado pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) para submeter Maduro a um referendo revogatório de seu mandato, que termina em 2019.
Manifestantes enfrentam a polÃcia nesta quarta-feira (26) em San Cristobal durante protesto pela realização do referendo que pode tirar o presidente Nicolás Maduro do poder (Foto: REUTERS/Carlos Eduardo Ramirez)
         A partir da decisão do poder eleitoral, o Parlamento, que tem maioria opositora, aprovou no domingo uma resolução que considera o freio ao referendo o auge de um “golpe de Estado” do governo. Na sessão, que foi interrompida por manifestantes pró-governo, os parlamentares também anunciaram que formalizarão uma denúncia no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra os juÃzes regionais e os reitores do Conselho Nacional Eleitoral, classificados como os “responsáveis” pela suspensão do processo.
Nesta terça, o Parlamento aprovou a abertura de um julgamento sobre a responsabilidade polÃtica do Nicolás Maduro, o que o presidente classificou como “golpe parlamentar”. O Parlamento não tem o poder de promover um julgamento que leve à destituição do chefe de Estado, mas dependendo de seu veredito pode pedir esse tipo de julgamento aos organismos correspondentes.
Manifestantes anti-Maduro em protesto nesta quarta, em Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/AFP)
Dirigentes da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciaram nesta quarta que o Parlamento declarará Maduro em “abandono do cargo”, ao mesmo tempo em que convocou uma marcha até o palácio presidencial de Miraflores para o próximo 3 de novembro e uma greve geral para a sexta-feira (28).
Diálogo
Maduro chegou à Venezuela nesta terça após uma viagem por paÃses produtores de petróleo no Oriente Médio que teve por objetivo impulsionar um acordo para estabilizar os mercados de petróleo. Após a visita aos paÃses do Oriente Médio, Maduro passou nesta segunda pelo Vaticano, onde foi recebido pelo Papa Francisco, que instou “ao diálogo sincero e construtivo” entre o governo de Maduro e a oposição.
“Eu trago a benção do mundo para a Venezuelaâ€, afirmou ele numa cerimônia no aeroporto. “No mundo, eles admiram a nossa batalha pela verdade, dignidade e independência.â€
Após a visita de Maduro ao Papa, foi anunciado na Venezuela que governo e oposição se reunirão no próximo final de semana para tentar encerrar o impasse polÃtico vivido pelo paÃs.
Os dois lados vão se encontrar na ilha caribenha de Margarita no domingo, sob mediação do Vaticano, da Unasul e de três ex-chefes de Estado.
Grupo de pessoas toma uma estrada durante um protesto contra o presidente Nicolas Maduro em Caracas, na Venezuela (Foto: Ariana Cubillos/AP)