quinta-feira, 21/11/2024
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O misterioso mundo subterrâneo das cavernas amazônicas

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Os tepuyes, mesetas impressionantes na fronteira entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana, escondem cavernas que deslumbraram o pesquisador Francesco Sauro pela primeira vez em 2009. Sauro é membro do grupo de exploração geográfica internacional La Vent, composto por pesquisadores venezuelanos, brasileiros e italianos. Na região, além de vastas cavernas subterrâneas, a equipe já descobriu animais e novas espécies de minerais. “É um lugar único no mundo pelas paisagens, pela morfologia. Todos os que têm a sorte de vê-las têm uma experiência incrível”, descreveu o pesquisador à BBC. A equipe inclui pessoas com vasta experiência em rapel, escalada. “E temos um código muito rigoroso de segurança”, conta Sauro. “Descemos as paredes de montanhas de 200, 300, até 400 metros de profundidade. As pedras podem cair. Os rios também são arriscados.” Em suas viagens, Sauro coleta dados sobre a química e a microbiologia das formações que encontra. Mas o lado científico é apenas um atrativo das cavernas – o outro são as suas belezas e os seus mistérios. (Alessio Romeo/La Venta)

Sauro é membro do grupo de exploração geográfica internacional La Venta, composto por pesquisadores venezuelanos, brasileiros e italianos. Na região, além de vastas cavernas subterrâneas, a equipe já descobriu animais e novas espécies de minerais. Ele acaba de ganhar o Prêmio Rolex da Royal Society que lhe permitirá continuar a sua pesquisa. (Stefan Walter/Rolex Award)
O pesquisador explica que a logística para explorar as cavernas é complicada e arriscada. “Usamos helicópteros, mas não se pode chegar apenas por cima. Precisamos escalar (as montanhas) e é difícil levar todo o equipamento dessa maneira. Primeiro encontramos a entrada da caverna e depois a exploramos. Há muito pouco tempo disponível para a pesquisa científica.” (Vittorio Crobu/La Venta)
A equipe inclui membros com vasta experiência em rapel, escalada. “E temos um código muito rigoroso de segurança”, conta Sauro. “Descemos as paredes de montanhas de 200, 300, até 400 metros de profundidade. As pedras podem cair. Os rios também são arriscados.” (Stefan Walter/Rolex Award)
Sauro explica que o risco é compensado pelo ‘mistério’ que emana das cavernas.”Elas são completamente escuras e só a sua luz te ilumina, de modo que o visual é muito pessoal”, descreve. “Tem também a ideia de ir aonde ninguém foi e, acima de tudo, de encontrar algo inesperado. Nas cavernas, essa sensação é muito forte”. (Riccardo De Luca/La Venta)
Sauro explica que, diferente de cavernas em outras partes do mundo, estas não são compostas de calcário, e sim feitas de uma rocha mais diversificada e antiga, criada há 1,8 bilhão de anos. “É um novo mundo que você tem que ir descobrindo e estudando lentamente”, se anima. (Riccardo De Luca/La Venta)
Algumas das formações mais curiosas são compostas de óxido de silício e foram moldadas ao longo dos anos por microorganismos (provavelmente bactérias). Acredita-se que estes estromatólitos tenham 350 mil anos. (Vittorio Crobu/La Venta)
Há também formações de silício amorfo que descem como serpentes a partir do teto, como nesta foto, na caverna Imawarí Yeuta. O fundo do rio é vermelho pela presença de ácidos orgânicos. (Vittorio Crobu/La Venta)
As cavernas são um testemunho preservado do passado, diz Sauro. e um ecossistema único que deve ser protegido. “Nós temos um protocolo de proteção muito rigoroso. Nos descontaminamos antes de entrar e não deixamos nada para trás, lixo ou dejetos humanos”, disse Sauro. (Alessio Romeo/La Venta)
Parte da aventura é também a ciência, já que os pesquisadores passam horas analisando os dados sobre a química mineral e microbiologia das formações. “Descobrimos um novo mineral que é muito interessante. Também encontramos outros minerais raros”, disse. (Stefan Water/Rolex Award)

 

 

“Imagine encontrar um tanque elétrico de água azul causado pelas bactérias que vivem lá”, disse um animado Francesco Sauro. (La Venta)

Postada por JJ Pindado Verdugo

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