A imprensa francesa repercute nesta sexta-feira (28) a nomeação da nova equipe econômica oficializada na quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff. O diário econômico Les Echos apresenta o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como um gestor “com sólida experiência tanto no setor público quanto no setor privado”.
        Com essa equipe, “o Brasil dá uma guinada na direção da austeridade” e a presidente Dilma Rousseff tenta “reconquistar a confiança do meio empresarial”, destaca Le Monde. Ontem, na sua primeira declaração pública, Levy se disse “realista” e prometeu dar mais transparência à sua gestão, acrescenta Les Echos.
       Le Monde relata que o estilo centralizador de Dilma e seu intervencionismo na economia foram duramente criticados durante a recente campanha eleitoral. Na perspectiva do segundo mandato, “a autonomia da nova equipe econômica é essencial, principalmente porque a conjuntura exige a adoção de medidas impopulares”, lembra o diário. “Levy conta com o apoio do mercado e espera reconciliar o governo federal com o setor privado”, acrescenta.
        Le Monde observa, por outro lado, que a nomeação de um diretor de banco para a pasta da Fazenda irritou o Partido dos Trabalhadores e outras legendas da base governista.
Nomeações duvidosas
      Le Monde mostra as dificuldades enfrentadas por Dilma para compor o novo governo. “O vazamento, na imprensa local, de que a senadora Katia Abreu, lÃder da bancada ruralista, seria nomeada para a pasta da Agricultura foi recebido como uma provocação pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Os sem-terra prometem retomar o conflito agrário e as manifestações”, informa. Diante dessas ameaças, a presidente poderá rever algumas nomeações, conclui Le Monde.
      Ao anunciar os objetivos da nova equipe econômica, o jornal gratuito 20 Minutes destaca que o novo ministro da Fazenda estabeleceu como meta um superávit primário de 1,2% du PIB no ano que vem e pelo menos 2% em 2016 e 2017.
     Todos os jornais reproduzem o comentário ácido do candidato derrotado à presidência, Aécio Neves (PSDB): “Levy na Fazenda é como ter agente da CIA na KGB”.Â
Postada Por JL Pindado Verdugo