Dez pessoas suspeitas foram presas nesta quinta em MT, SP e MG.
PolÃcia Civil apreendeu 300 diplomas falsos, cheques e dinheiros.
A quadrilha especializada em falsificação de diplomas e certificados, presa nesta quinta-feira (27) durante a ‘Operação Falsário’, vendia os documentos por valores que variavam entre R$ 750 até R$ 90 mil. Segundo a PolÃcia Civil, dez integrantes da quadrilha, inclusive o lÃder que é de Cáceres (MT), foram presos. A organização criminosa atuava e tinha ramificações em 14 cidades de Mato Grosso e contava com integrantes em São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Rio de Janeiro. Uma pessoa está foragida em São José do Rio Preto (SP).
A operação cumpriu 56 ordens judiciais em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, sendo 10 mandados de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão domiciliar e 23 mandados de condução coercitiva. Segundo a PolÃcia Civil, a quadrilha é especializada em falsificar diplomas do ensino fundamental, médio, técnico, superior e de pós-graduação. Durante a operação foram apreendidos R$ 126 mil em dinheiro, R$ 28 mil em cheques, notebooks, celulares, 300 certificados e diplomas, entre outros documentos, todos encaminhados para perÃcia. Os envolvidos devem responder por falsidade ideológica, uso de documento falso e associação ao crime.
A operação ocorreu nas seguintes cidades de Mato Grosso: Cuiabá, Cáceres, Araputanga, São José dos Quatro Marcos, Mirassol D’Oeste, Porto Esperidião, Rio Branco, Salto do Céu, Lambari d’Oeste, Jaciara Rondonópolis e em Primavera do Leste.
A operação também foi feita em Limeira (SP), Americana (SP), Fernandópolis (SP), Santa Fé do Sul (SP), Jales (SP) e na capital de São Paulo, além de Várzea de Palma (MG). Em todas as cidades foram cumpridos mandados de busca ou de prisão. Em cada uma das cidades havia uma pessoa que atuava como ‘intermediário’ para o lÃder do esquema, como funcionários ou pessoas ligadas à s instituições de ensino. São essas pessoas investigadas que conseguiam a falsificação dos documentos.
LÃder
O lÃder da quadrilha trabalhava como gerente administrativo em dois laboratórios de análise clÃnica em Cáceres. A forma rápida de enriquecimento chamou a atenção dos policiais durante a investigação. “Havia uma ostentação na residência dele [do lÃder], que foi construÃda rapidamente em dois meses e veio causando uma estranheza de como ele teve facilidade em construir essa residência, além de usar veÃculos de porte carÃssimos”, comentou a delegada Regional de Cáceres, Elizabete Garcia dos Reis.
A mãe do lÃder foi presa em Fernandópolis (SP), onde morava e cuidava de um outro escritório usado pela quadrilha. “Em cada estado ele tinha um intermediário para captação que passava pra ele e depois do dinheiro arrecadado fazia esse repasse [do dinheiro]. Tem universidades que tinham funcionários que faziam essa captação de documentos, que eram entregues aos intermediários”, informou a delegada.
Esquema
Segundo uma das delegadas responsáveis pela investigação, Anamaria Machado Costa, o envio, pagamento e recebimento dos documentos eram feitos através de correspondências pelos Correios. “Ele [lÃder] cobrava, segundo o interrogatório e as investigações, um valor estipulado em R$ 750 a R$ 1 mil para certificados de nÃvel médio e fundamental. O valor dos certificados para cursos superiores chega a R$ 90 mil. O valor que eles conseguiram na fraude ainda está sendo analisado”, disse Anamaria Machado.
As pessoas que queriam os diplomas procuravam o lÃder da quadrilha em um escritório de um curso preparatório, em Cuiabá, onde o suspeito fazia o contato com escolas e instituições. O total de pessoas que foram beneficiadas pelo esquema ainda está sendo levantado.
“As emissões dos certificados vêm de várias escolas em vários estados. As escolas até agora comprovadas são do Maranhão e do Rio de Janeiro. Sobre as validações [desses certificados] ainda estão sendo investigadas. Em São Paulo existem alguns intermediários dele [do lÃder]. Existem outros lÃderes em outros estados”, contou a delegada.
As pessoas presas na operação devem ser ouvidas ainda e a operação continua para identificar outras pessoas beneficiadas ou integrantes da organização criminosa.