
Assessoria | PJC-MT
           Um mês depois do desligamento do suposto chefe do esquema criminoso, ocorrido em 08 de maio de 2017, ainda houve uma tentativa de desvio da cooperativa. O suspeito ligou para a empresa solicitando que fosse realizado um pagamento de R$ 467 mil em favor de uma pessoa.
             No último dia 17 de julho, o delegado da PJC, Adil Pinheiro de Paula, representou pela prisão preventiva do suspeito, indisponibilidade dos bens e recursos, quebra de sigilo financeiro, fiscal e bancário de Nivaldo Francisco Rodrigues e sua esposa, A.R.D.R.
               Em decisão, no dia 21 de julho, a JuÃza de Direito, Claúdia Anffe Nunes da Cunha, concedeu o bloqueio dos bens, e a quebra de sigilo financeiro, fiscal e bancário dos investigados. Foram bloqueados 15 imóveis em Campo Novo do Parecis, sete bens localizados em JuÃna, Cuiabá e Paraná, além de recursos financeiros, automóveis e gado.
              Na decisão, a Justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva, mas aplicou medidas cautelares, como o monitoramento eletrônico por meio de uso de tornozeleira; prazo de 24 horas, a contar da notificação, para apresentar comprovantes de endereço que poderá ser localizado; não se ausentar do municÃpio, em nenhuma hipótese, sem prévia autorização judicial; comparecer mensalmente em juÃzo; comparecer, sempre que for intimado, a todo os atos processuais tanto perante a autoridade policial, como em juÃzo; proibição de frequentar a cooperativa, bares, festas, forró e congêneres enquanto durar o processo.
“A PolÃcia Judiciária Civil vai aprofundar as investigações, pois há fortes indÃcios da participação de outras pessoas, além das empresas de fachada usadas para desviar o dinheiro”, informou o delegado Adil Pinheiro.
A cooperativa vÃtima tem 46 cooperados, divididos em 19 famÃlias, sendo quase a totalidade dessas famÃlias residentes Campo Novo do Parecis e constituem parte importante dos geradores de renda e emprego da cidade.
O delegado Adil Pinheiro de Paula, no pedido à Justiça, descreve como semelhante à atuação implementada pelo investigado Nivaldo e a organização criminosa, os esquemas amplamente noticiados nas investigações que envolvem grandes estatais do paÃs (Lava Jato). “Nivaldo dilapidou o patrimônio da Cooperativa da mesma forma que os polÃticos do Brasil dilapidaram das nossas Estatais. A ganância de Nivaldo era tanta que os crimes deixaram rastros. Ele não titubeou em desviar milhões e adquirir, de forma desenfreada, um patrimônio enorme”.
Buscas
Durante buscas realizadas com autorização da Justiça, no dia 12 de julho, a PolÃcia Civil apreendeu farta documentação que prova o enriquecimento ilÃcito do investigado, Nivaldo Francisco, nos últimos anos. “Encontramos provas da movimentação de milhões de reais em curto espaço de tempo. Aquisição de muitos imóveis, rurais e urbanos, além de automóveis, contratos de aluguel, anotações sobre a construção e imóveis com gastos na casa de centenas de milhares de reais”, disse o delegado.
Conforme o delegado, a documentação será periciada para determinar a relação dos bens de Nivaldo e familiares que não constam na declaração e imposto de renda. “Ou pelo menos que estão subavaliados, o que mais tarde pode configurar crime tributário, a depender de mais investigações”, completa.
As investigações seguem em sigilo decretado pela Justiça.






