O esquema de pagamento de propina já ocorreria desde o governo de Blairo Maggi, contou o ex-governador
     O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) revelou na delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR) que para realizar o MT Integrado, maior programa de pavimentação de asfalto de rodovias no Estado pagou propina a cinco conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE/MT), deputados estaduais, construtoras, senador Wellington Fagundes (PR), deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) e outros.
         O programa, orçado em R$ 1,5 bilhão para asfaltar 2.000 quilômetros, foi lançado por Silval no ano de 2013, mas ficou parado por um perÃodo após notificação do TCE que foi resolvido após Silval combinar o pagamento de propina com o então presidente do Tribunal, o conselheiro José Carlos Novelli, que beneficiou também o conselheiro afastado Sério Ricardo e outros três membros do órgao de controle com R$ 53 milhões.
        O então secretário de Infraestrutura, Cinésio Nunes, que comandou as obras no perÃodo, também teria pressionado o ex-governador para destinar uma porcentagem do pagamento feito as construtoras para o senador Wellington Fagundes que o indicou para o cargo no governo.
         Além dos conselheiros do TCE, o então governador também sofreu pressão do Legislativo e repassou de 3% a 4% de R$ 400 milhões dos pagamentos relativos ao MT Integrado a pelo menos oito dos deputados estaduais para que não dificultassem o andamento das obras.
           O chefe de gabinete de Silval, Silvio Corrêa, teria sido o responsável por fazer entrega da propina de R$ 600 mil para cada um dos parlamentares. Conforme Silval, o processo de licitação, liberação e contratação das obras tudo foi fraudado e em torno de R$ 20 milhões foram pagos em propina.
         O ex-governador ainda teria contado que toda essa negociação foi intermediada pelo ex-secretário Pedro Nadaf (Casa Civil) e por Carlos Bezerra, sendo que o deputado federal recebeu por isso R$ 1 milhão.
 A propina geralmente era paga em dinheiro ou mesmo por meio da suprementação feita ao TCE, no duodécimo repassado, que na época, o Ministério Público de Contas (MPC) até chegou a identificar um aumento de 112% de um ano para outro, mas que os conselheiros acabara aprovando.
 Para conseguir pagar esse montante em propina, Silval disse que seu governo superfaturava contratos e até contraia dÃvidas com bancos e, segundo ele, esse esquera era antigo e cinha sendo operado desde o governo de Blairo Maggi, inclusive com apoio de seu braço direito o então secretário Antonio Pagot.
 A notÃcia foi divulgada nesta quinta-feira (23) pelo jornal MTTV da TV Centro América, segunda edição. Na reportagem, a maioria dos acusados por Silval se posicionou sobre as denuncias.